Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2014.O Diabetes Mellitus é uma doença metabólica crônica, de etiologia múltipla, caracterizada por hiperglicemia resultando na deficiência da secreção ou incapacidade da insulina exercer seus efeitos adequadamente, provocando alterações no metabolismo de carboidrados, lipídios e proteínas. A procura por substância ativa presente em plantas que possa inibir a enzima α-amilase, chave neste processo metabólico, com ação mais seletiva e menos efeitos indesejáveis, tem sido o alvo de pesquisas. O Brasil ocupa o topo dos países mais ricos em biodiversidade do mundo, possui cerca de 20% do total das espécies do planeta e pelo menos metade destas espécies possuem alguma propriedade terapêutica. No entanto, menos de 1% desta diversidade tem sido alvo de estudos apropriados, principalmente como inibidores enzimáticos, o que inclui as espécies vegetais do Cerrado, segundo maior bioma brasileiro. Assim, este projeto propôs avaliar a espécie vegetal Eugenia dysenterica, presente no bioma Cerrado, quanto à atividade de inibição da enzima α-amilase, padronizar e caracterizar o extrato bruto aquoso das folhas desta planta. Para atingir o objetivo proposto, o extrato aquoso bruto foi padronizado de acordo com a presença do marcador químico catequina, fracionado e avaliado quanto a sua ação inibitória sobre a atividade da α-amilase. O extrato aquoso bruto apresentou 47,51 mg de catequina por grama de extrato. As frações com potencial atividade de inibição sobre a α-amilase foram as frações isopropanólica e suas subfrações I8, I16, I17, I20 e I21, além do extrato aquoso bruto. Foi identificado a presença de ácido elágico na subfração com maior potencial inibitório (I8). Os valores de IC50 do extrato bruto e da fração isopropanólica (14,92, e 8,06 μg/mL), respectivamente, foram próximos ao IC50 do controle positivo de inibição Acarbose (5,58 μg/mL). As subfrações apresentaram valores de IC50 maiores que o controle. Não foi observada citotoxicidade para o extrato aquoso bruto e fração isopropanólica em concentrações próximas aos valores de IC50 para α- amilase. Foi desenvolvido um método cromatográfico rápido e confiável para determinação do flavonóide catequina no extrato bruto, pois foi observada ampla faixa de linearidade e excelente precisão. Além disso, o método foi robusto e exato informando corretamente seu limite de detecção e quantificação. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACTDiabetes Mellitus is a chronic metabolic disorder of multiple aetiology characterized by hyperglycemia resulting in deficiency of insulin secretion or inability to exert its effects properly, causing changes in the metabolism of carbohydrates, lipids and proteins. The search for active substance in plants that can inhibit the enzyme α- amylase, key in this metabolic process, with more selective action and less side effects, has been the target of research. Brazil topped the richest countries in biodiversity in the world, has about 20% of the planet's species and at least half of these species have some therapeutic properties. However, less than 1% of this diversity has been the subject of appropriate studies, primarily as enzyme inhibitors, which includes the plant species of the Savanna, second largest brazilian biome. This project proposed to evaluate the plant species Eugenia dysenterica, present in the Savanna biome, as for the inhibitory activity of the enzyme α-amylase, standardize and characterize the crude aqueous extract of the leaves of this plant. To achieve the proposed goal, the crude aqueous extract was standardized according to the presence of the chemical marker catechin, fractionated and evaluated for its inhibitory effect on the activity of α-amylase. The crude aqueous extract showed 47.51 mg of catechin per gram of extract. The fractions with potential inhibitory activity on α-amylase were isopropanolic fractions and its subfractions I8 , I16 , I17 , I20 and I21, besides the crude aqueous extract. The presence of ellagic acid in the subfraction with highest inhibitory potential (I8) was identified. The IC50 values of crude extract and isopropanolic fraction (14.92 and 8.06 μg/mL, respectively), were close to the IC50 inhibition positive control acarbose (5.58 μg/mL). The subfractions showed IC50 values greater than control. No cytotoxicity was observed for the crude aqueous extract and isopropanolic fraction in concentrations near the IC50 values for α-amylase. A fast and reliable chromatographic method for determination of flavonoid catechin in the crude extract was developed because wide range of linearity and excellent accuracy were observed. Moreover, the method was robust and accurate, properly informing its limit of detection and quantification