Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução, Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, 2013.O estudo relatado nesta dissertação tem como objetivo caracterizar a cultura de aprender língua estrangeira (inglês) de alunos ingressantes (6º ano) e egressos (1º ano do Ensino Médio) do Ensino Fundamental II e insere-se no contexto de ensino de língua estrangeira em
uma escola militar situada no Distrito Federal. A fundamentação teórica contempla tópicos
como: educação linguística, com menção à Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDB), aos Parâmetros Curriculares Nacionais — Ensino Fundamental II, PCN-LE — (BORGES, 2003; MIRANDA, 2005; ROCHA, 2006; LEFFA, 2009), e ao Regulamento dos Colégios Militares; abordagens do ensino de língua estrangeira (RICHARDS & ROGERS, 1982; ALMEIDA FILHO, 2008); cultura de aprender (BARCELOS, 1995; ANTONINI, 2009); cultura de ensinar (FEIMAN-NEMSER & FLODEN, 1986; FREEMAN & JOHNSON, 2001); cultura
de avaliar (SCARAMUCCI, 1997; XAVIER, 1999); crenças: faces e interfaces, seção em que
discorro sobre crenças, mitos e representações (CARMAGNANI, 1993; BARCELOS, 1995, 2001, 2004; CARVALHO, 2000; PERINA, 2003; SILVA, 2005, 2011); estratégias de aprendizagem de línguas (OXFORD, 1990) e finalizo o capítulo teórico falando acerca dos estudos empíricos sobre cultura de aprender mais representativos no cenário brasileiro atual. Para alcançar os objetivos propostos, realizei uma pesquisa qualitativa interpretativista de
cunho etnográfico (DENZIN & LINCOLN, 2006; BORTONI-RICARDO, 2009; FETTERMAN, 2010). Os participantes dessa pesquisa foram os alunos de uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental II e os alunos de uma turma do 1º ano do Ensino Médio — egressos do Ensino Fundamental II —, os pais desses alunos e as duas professoras de inglês
das respectivas turmas. A coleta de dados foi feita por meio de questionários, entrevistas, narrativas visuais (desenhos), observações de aulas e notas de campo. A análise de dados foi
feita pela triangulação dos dados coletados através dos diferentes instrumentos de pesquisa. Os resultados mostram que a cultura de aprender língua estrangeira (inglês) dos alunos do 6º
ano do Ensino Fundamental — ingressantes no Ensino Fundamental II — e dos alunos do 1º
ano do Ensino Médio — egressos do Ensino Fundamental II — é influenciada pelos pais, pelas professoras e pela escola militar, e, ainda que essa cultura de aprender dos alunos
ingressantes seja semelhante à dos egressos, elas são divergentes em alguns poucos aspectos: os ingressantes começaram a estudar inglês mais cedo, suas famílias têm mais contato com a língua inglesa, usam essa língua fora da sala de aula com mais frequência e, para esses alunos,
aprender a língua inglesa é mais fácil do que para os egressos. Os ingressantes explicitaram a crença de que o processo de ensino/aprendizagem está centrado no professor, enquanto os egressos consideram que a aprendizagem de inglês está relacionada às viagens ao exterior e a um melhor futuro profissional. ______________________________________________________________________________ ABSTRACTThe aim of the study reported in this thesis is to characterize students’ foreign language learning culture (English) at entry and exit points within the teaching context of a military school located in the federal capital of Brazil. The theoretical background includes topics such as: Language Education, where there is mention of the Brazilian Law of Guidelines and Premises for Education, the National Curricular Parameters for Junior High School
(BORGES, 2003; MIRANDA, 2005; ROCHA, 2006; LEFFA, 2009), and the Statute of
Military Schools; approaches to the teaching of foreign languages (RICHARDS & ROGERS,
1982; ALMEIDA FILHO, 2008), learning culture (BARCELOS, 1995; ANTONINI, 2009),
teaching culture (FEIMAN-NEMSER & FLODEN, 1986; FREEMAN & JOHNSON, 2001), assessment culture (SCARAMUCCI, 1997; XAVIER, 1999); beliefs: facets and interfaces, in
which section there is discussion of beliefs, myths and representations (CARMAGNANI, 1993; BARCELOS, 1995, 2001, 2004; CARVALHO, 2000; PERINA, 2003; SILVA, 2005, 2011) and strategies for language learning (OXFORD, 1990). The theoretical chapter ends with presentation of those empirical studies on learning culture which are most representative
of the current scenario in Brazil. To meet the proposed aims, qualitative, interpretative ethnographic research was undertaken (DENZIN & LINCOLN 2006; BORTONI-RICARDO, 2009; FETTERMAN, 2010). Participants in this study were students from a 6th Year group (aged approximately 12) and students from a Senior High School group (aged around 16), having just completed Junior High Schooling, plus the parents of these students and two
teachers of English, one from each group. Data collection was performed by means of questionnaires, interviews, visual narratives (drawings), lesson observations and field notes. Data analysis involved triangulation of data collected through different research tools. The results show that the culture of foreign language learning (English) of students entering and leaving Junior High School is influenced by their parents, teachers and by the military school,
and, furthermore, that the language learning culture of students entering this phase is similar to that of those leaving it, diverging in only a few aspects: the sixth year group began to study English earlier, their families have more contact with the English language, they use the
language outside the classroom more often, and for those students learning the English language is easier than for the graduates. The sixth year group showed the belief that the process of teaching and learning is focused on the teacher as the graduates believe that
learning English is related to trips abroad and a better professional future