Indicadores subjectivos comportamentais e electrofisiológicos do processamento emocional subliminar : um estudo de caso com Perturbação Dissociativa da Identidade

Abstract

Tese de mestrado, Psicologia (Secção de Psicologia Clínica e da Saúde, Núcleo de Psicoterapia Cognitiva-Comportamental e Integrativa), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2015Actualmente em psicoterapia a perspectiva clínica tem recebido pressões para se abrir à perspectiva neurológica e psicofisiológica. Assim, decidiu-se estudar o processamento emocional num estudo de caso de Perturbação Dissociativa da Identidade, numa fase avançada do processo de integração, com base num paradigma experimental de estimulação emocional subliminar. O paradigma foi aplicado em dois momentos. No primeiro momento, a personalidade hospedeira não permitiu a presença de partes dissociadas, realizando a tarefa por si própria. No segundo momento, depois do switch, a paciente permitiu-se abrir mão do controlo, e deixou emergir várias partes da personalidade, dentro de si em conflito, com uma ou outra a ganhar momentaneamente a proeminência no processamento. Os estímulos utilizados no paradigma experimental pertencem a quatro categorias (positivo, negativo, neutro e faint). Associada a cada categoria de estímulos encontra-se uma máscara (com base em estímulos neutros abstractos), numa sequência de estimulação backward e forward (máscara–estímulo–máscara). Registaram-se as respostas subjectivas de preferências (like/dislike) e os ERP’s em três canais de medição: Canal Frontal (Fz), Central (Cz) e Parietal (Pz), nos dois momentos. No primeiro momento, as preferências subjetivas (like) do caso clínico verificam-se na categoria faint, sendo que a amplitude positiva máxima do ERP registou-se quando exposta a estímulos negativos. No segundo momento, as preferências subjetivas estão distribuídas quase equivalentemente pelas quatro categorias de estimulação. A amplitude máxima positiva do ERP refere-se a estímulos positivos. Por sua vez, as respostas dislike são estáveis nos dois momentos, com a predominância da categoria negativa. Foram igualmente expostos à experiência um grupo de controlo (n=7) com características emparelhadas ao caso clínico, de forma a se proceder a uma comparação dos dados recolhidos. Estes resultados emergentes do domínio da dissociação estrutural da personalidade são discutidos à luz das implicações do processamento emocional subliminar em geral e de PDI em particular.Nowadays in psychotherapy, the clinical perspective has been subjected to some pressure to include both neurological and psychophysiological perspectives. In this context we decided to study emotional processing in a clinical case with Dissociative Identity Disorder in an advanced phase of integration, using an emotion subliminal stimulation paradigm. The paradigm was applied in two moments. On the first the host personality went through the experiment herself without allowing the presence of dissociative parts. In the second moment, after the switch, the patient let go of control and allowed several dissociated parts of the personality, inside her in conflict, with one and another winning momentary processing prominence. The stimuli used in the experimental paradigm belong to four categories (positive, negative, neutral and faint). Paired to each category of stimuli is a mask (consisting of abstract neutral stimuli), in a backward and forward stimulation sequence (mask–stimuli–mask). Subjective preferences responses (like/dislike) were assessed and ERP’s were recorded in tree canals: Frontal (Fz), Central (Cz) and Parietal (Pz) on both moments. In the first moment, the clinical case preferred the faint category and her ERPs maximum positive amplitude was higher to negative stimuli. In the second moment, subjective preferences were distributed almost equally by the four categories and the maximum positive amplitude referred to positive stimuli. Subjective responses of dislike were stable in both moments, with predominance of the negative category. A control group (n=7) paired to the characteristics of the clinical case also participated in the experience, for the sake of comparison. Results emerging from the realm of structural dissociation of the personality are discussed in terms of their implications to implicit emotion processing in general and DID in particular

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