Quo vadis Europa? O Tortuoso Caminho da Construção Europeia

Abstract

A 29 de Maio de 2005 os eleitores franceses passaram a certidão de óbito à Constituição Europeia. Dois meses antes, Manuel de Lucena antecipara esse desfecho, num artigo publicado no Diário de Notícias, sobre as vicissitudes da nossa própria Constituição. Referindo-se, concretamente, à «política por ora externa, na sua vertente europeia ou, mais exactamente, à expressão interna dela, que é o tão famoso quanto tormentoso referendo sobre o mais recente tratado constitucional da União», Lucena lamentava que entre nós as eleições legislativas não tivessem sido precedidas de um debate sério sobre o «sim», ou o «não», português ao im- pronunciável Tratado que Estabelece o Futuro da Europa (ou não fosse a intelligentsia europeia sempre tão generosa nos baptismos...). Dessa discussão, insistia Lucena, teria dependido a real representatividade do processo de ratificação do tratado constitucional por via parlamentar. Perdida a oportunidade, porém, ficávamos entregues ao acaso do referendo. Um referendo prometido à boca das urnas pelo primeiro-ministro, José Sócrates, mas cuja realização exigia nova revisão da Constituição de 1976

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