Trabalho e meios de vida juvenis: análise comparativa entre os censos de 2001 e 2011

Abstract

Os jovens constituem uma das categorias sociais mais vulneráveis às recentes alterações no mercado de trabalho, em função das dificuldades acrescidas de inserção profissional com que se têm confrontado. Esses itinerários de inserção começaram a ser cada vez mais caracterizados por sucessivos adiamentos na entrada no mercado de trabalho, arrastando-se muitos jovens em carreiras escolares intermináveis, ou caindo em situações "nem-nem" - nem estudam, nem trabalham, sequer procuram activamente emprego (não integrando, por isso, as estatísticas do desemprego). Depois da entrada no mercado de trabalho, por sua vez, os itinerários juvenis são cada vez mais marcados pela alternância entre a inactividade, o desemprego, o trabalho informal, o emprego precário e de curta duração, os estágios e cursos de formação profissional, confrontando cada vez mais jovens com a dificuldade em desenvolver projectos profissionais e pessoais a médio ou longo prazo. Quando comparada com as tendências desenhadas para o passado, a década que mediou os censos de 2001 e de 2011 parece caracterizar-se justamente pelo acentuar dessas situações. É para este cenário que remetem os dados produzidos no âmbito desses momentos censitários, no que respeita à evolução da estrutura de condições perante o trabalho da população jovem portuguesa, e dos seus principais meios de vida

    Similar works