O presente estudo aborda a imagem do índio no cinema de John Ford. Para além de uma mera descrição dos filmes, empreendemos uma modalidade de análise que também se detém aos aspectos de produção do filme, sua circulação e consumo, além do seu poder de provocar pensamentos sobre os indígenas e a história americana. Dessa forma, cientes de que a imagem é atravessada por inúmeras temporalidades, que se digladiam em seu interior, destacamos o que Georges Didi-Huberman vai chamar de imagens sintomáticas, que nos permitiram pensar a sobrevivência de formas da tradição western, inventada no século XIX. O uso que fazemos de diversas figuras, entretanto, procura fugir de sua típica instrumentalização como “ilustração” do discurso escrito. As imagens em nosso estudo, por outro lado, aparecem enquanto propositoras de pensamento ao texto. Inicialmente, empreendemos uma análise de como o western é inventado enquanto tradição no século XIX nos Estados Unidos. Em seguida, discutiremos como esse arquivo de imagens sobrevive no cinema de John Ford,
desde o filme O Cavalo de Ferro, em 1924, até Crepúsculo de uma Raça, em 1964. Quanto à temporalidade foi preciso apropriar-se do modelo anacrônico de análise das imagens defendido por Georges Didi-Huberman. Do mesmo modo, com Etienne Samain, buscamos discutir como essas imagens pensam e nos convocam a pensar os índios, esse Outro de que falamos.This study addresses the image of the Indian in the John Ford cinema. Beyond a mere description of the films, we undertook a mode of analysis that also owns the film production aspects, circulation and consumption, in addition to their ability to provoke thoughts on Indigenous and American history. Thus, aware that the image is crossed by numerous temporalities that battle it out inside, we highlight what Georges Didi-Huberman will call symptomatic images which allow us to think the survival of the western tradition forms, invented in the nineteenth century . Our use of several figures, however, seeks to escape his typical instrumentation as "illustration" of the written speech. The images in our study, on the other hand, appear as propositoras of thought to the text. Initially, we undertook an analysis of how the western tradition is invented while in the nineteenth century in the United States. Then discuss how this image file survives in the John Ford film, from the movie The Iron Horse in 1924 to Cheyenne Autumn in 1964. As for the temporality had to take ownership of the anachronistic model of analysis of images defended by Georges Didi -Huberman.
Similarly, with Etienne Samain, we discuss how these images think and summon us to think the Indians, this Other that we speak.Cape