research

aspectos parasitológicos de Cavia intermedia (Rodentia: Caviidae) no arquipélago de Moleques do Sul, em Santa Catarina, Brasil

Abstract

TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Biologia.Cavia intermedia é endêmica da maior ilha do Arquipélago de Moleques do Sul e a estimativa do tamanho médio populacional em 42 indivíduos fundamenta que esta seja uma espécie criticamente ameaçada de extinção de acordo com a IUCN. Em expedições realizadas de 11 à 19 de dezembro de 2009 e de 20 à 23 de fevereiro de 2010, um total de 27 preás foi capturado com auxílio de gaiolas iscadas com rodelas de milho. A coleta de piolhos foi realizada por escovação da pelagem sobre uma bandeja branca, antecipada da passagem de um algodão embebido em éter etílico sobre o corpo do hospedeiro, ao passo que os ácaros foram removidos por raspagem do tecido. Amostras de sangue foram coletadas por punção digital para realização de esfregaços sanguíneos, fixados posteriormente com metanol. A busca por helmintos foi baseada em exames de fezes coletadas das gaiolas e necropsias de cinco espécimes disponíveis em coleção científica. Ácaros trombiculídeos foram observados em todos os hospedeiros capturados. Um total de 1336 piolhos de duas espécies, Gliricola lindolphoi e Trimenopon hispidum (Phthiraptera – Amblycera) foi coletado de 27 preás, sendo 471 exemplares de G. lindolphoi e 865 indivíduos de T. hispidum, proporcionando uma abundância média de 49,5 (± 39,1) piolhos por hospedeiro. A prevalência e a intensidade de infestação por piolhos foram elevados e podem não ter relação com a síndrome insular, uma vez que valores similares ou até maiores foram observados em populações continentais de preás. Cavia intermedia é apresentada como um novo hospedeiro verdadeiro para ambas as espécies de piolhos. Apesar de T. hispidum ser um parasito comum de Cavia spp., a ocorrência de G. lindolphoi é rara, sendo notificada pela sexta vez. No que diz respeito ao achado de ácaros trombiculídeos, sua origem é incerta. A ausência de endoparasitos deve-se possivelmente à alta complexidade de seus ciclos biológicos, o que poderia ser resultado do isolamento no arquipélago. Estes resultados podem fundamentar ações de manejo e a sua associação com informações sobre a ectoparasitofauna de outras espécies do gênero Cavia pode subsidiar investigações taxonômicas e filogenéticas tanto para os parasitos, quanto para os hospedeiros

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