Estudos de estabilidade de anfotericina B associada à emulsão lipídica rica em triacilgliceróis destinada a administração endovenosa

Abstract

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-graduação em FarmáciaA freqüência de infecções fúngicas tem crescido nos últimos anos, sendo que as infecções por leveduras do gênero Candida e os fungos filamentosos do gênero Aspergillus são as mais freqüentes. O antifúngico padrão de largo espectro, anfotericina B (AB) em desoxicolato de sódio (AB-DOC), é considerado fármaco de primeira escolha no tratamento dessa enfermidade. Porém, a sua administração em pacientes gravemente debilitados é seguida geralmente de várias reações adversas. De todas, a nefrotoxicidade é a mais grave, uma vez que a deterioração da função renal limita freqüentemente a dose ou o tratamento, reduzindo a probabilidade de um resultado clínico satisfatório. A necessidade de minimizar os efeitos tóxicos da AB veio estimular uma grande variedade de abordagens experimentais, dentre as quais o desenvolvimento de uma microemulsão lipídica rica em triacilgliceróis, preocupando-se com a manutenção da eficiência terapêutica e estabilidade da formulação. Diante disso, o objetivo do trabalho foi desenvolver uma microemulsão por meio de técnica de ultraemulsificação, estéril e apirogênica, com o intuito de administrá-la endovenosamente. Utilizou-se, portanto, componentes compatíveis com a administração endovenosa, mais especificamente, lipídios, de forma a mimetizar quilomícrons da linfa. O intuito foi de associar a AB a essa partícula de modo a torná-la menos propensa a agregação AB-AB. A caracterização e os estudos de estabilidade foram contemplados de forma a abranger as propriedades físico-químicas da partícula como diâmetro, potencial zeta, grau de agregação avaliado por espectros de absorção na região UV-Visível, taxa de incorporação e estabilidade da associação AB:lipídeo e finalmente a atividade antifúngica do fármaco vetorizado a microemulsão. O desenvolvimento das microemulsões lipídicas contendo AB mostrou-se viável, compatível com administração endovenosa no que contempla valores de pH e diâmetro da partícula, bem como da estabilidade e apirogenicidade. A associação entre AB e os componentes lipídicos mostrou-se estável, mesmo em condições drásticas de armazenamento (25 °C). A atividade antifúngica foi mantida ao longo de 4 meses, bem como o conteúdo de AB às partículas. Desta maneira, a microemulsão lipídica mostrou-se viável e promissora como veículo alternativo de AB, principalmente pela estabilidade e manutenção da atividade antifúngica

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