research

PERCEPÇÃO DO DISCENTE SOBRE PRODUTIVIDADE CIENTIFICA EM UM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

Abstract

No cenário vivenciado pelos discentes nos Programas de Pós-graduação stricto sensu há uma preponderância em considerar que eles são ambientes privilegiados para formar pesquisadores como também para produção de conhecimento. Os números da última década referentes à produção científica no Brasil, maiormente gerada nas pós-graduações, apresentam-se de modo crescente, no entanto esses valores não apontam a realidade sobre as estruturas de poder e as variáveis cognitivas, emocionais, comportamentais e culturais que envolvem a pressão por publicar. O objetivo desta pesquisa exploratório-descritiva foi investigar a percepção do corpo discente em um Programa de Pós-graduação stricto sensu sobre produtividade científica. A abordagem quali-quantitativa foi operacionalizada por meio de entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionário fechado com escala Likert. Na etapa qualitativa, foram realizadas sete entrevistas com acadêmicos e na fase quantitativa o levantamento incluiu todos os alunos matriculados. A confiabilidade de coerência interna da escala foi avaliada através da divisão em metades e pelo alfa de Cronbach. Para a apreciação do relacionamento entre os 16 itens se realizou uma análise fatorial, usando o método de componentes principais para obtenção dos fatores e rotação varimax. Descartaram-se cinco variáveis e as onze restantes ficaram expressas em três fatores. A avaliação da parecença entre os pós-graduandos foi efetuada com a análise de correspondências múltiplas e a análise de conglomerados. Com base nas percepções constatadas por meio de análises do discurso e estatística, foi possível verificar que a maioria dos discentes se sente pressionada pelos prazos e exigências de publicações. Entretanto, consideram que essa cobrança desenvolve a capacidade de pesquisador e insere o aluno na pesquisa. Acham ainda que há cobrança quanto à produção de artigos nas disciplinas, mas não há acompanhamento suficiente por parte de alguns docentes, que também se sentem pressionados para publicar. Os resultados permitem concluir que os discentes percebem que há realmente pressão pela produtividade acadêmica e que o fator tempo torna-se o mais preocupante. Porém, essa pressão não se configura para eles como negativa

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