Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2010Esta pesquisa qualitativa do tipo exploratório-descritiva teve como objetivo compreender os significados da vivência de uma doença crônica para o adolescente hospitalizado ou em acompanhamento ambulatorial. Os aspectos teóricos acerca da adolescência evidenciam a existência de um momento de ricas transformações, no qual se torna necessário um olhar cuidadoso e amoroso sobre o cotidiano destas pessoas. Os profissionais de enfermagem, por lidarem com questões relacionadas à saúde e ao adoecimento, têm importantes contribuições a acrescentar ao processo de viver destes seres, em especial aos que vivenciam uma doença crônica. Para direcionar a pesquisa foi utilizado o Interacionismo Simbólico. Este referencial teórico está alicerçado na concepção de que os seres humanos agem em relação aos significados que as coisas têm para eles. Os locais escolhidos para o seu desenvolvimento foram a Unidade de Internação Pediátrica e o Ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Participaram onze adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos com diagnóstico de doença crônica (internados na Unidade de Internação Pediátrica ou que realizavam acompanhamento no Ambulatório de Pediatria) no período de março a junho de 2009. Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais semiestruturadas e registrados com sistema de gravação. A análise dos dados seguiu os passos do Discurso do Sujeito Coletivo, à luz do referencial teórico. Os resultados da pesquisa são apresentados na forma de três manuscritos intitulados: 1) Doença Crônica e Adolescência, que aborda como é conviver com uma doença com características de cronicidade, quais os significados construídos pelo adolescente em suas interações e como ele se sente em relação à sua doença; 2) Cotidiano do Adolescente com Doença Crônica, que discute as alterações no processo de escolarização e as restrições alimentares no cotidiano destes adolescentes; e 3) (Con)vivendo com uma Doença Crônica durante a Adolescência, que traz questões referentes às hospitalizações, à convivência com limitações e restrições e às experiências destes adolescentes ao compartilharem seus sentimentos. O conhecimento destes processos é essencial na promoção do melhor enfrentamento de sua condição crônica. Esta pesquisa contribui para ampliar o olhar sobre a vivência da doença crônica a partir da percepção e dos significados atribuídos pelo adolescente, buscando novas formas de atuar e pensar o cuidado, a fim de propor intervenções que realmente o auxiliem no enfrentamento positivo de sua doença