thesis

Que dança faz dançar a criança?: investigando as possibilidades da dança-improvisação na educação infantil

Abstract

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Desportos. Programa de Pós-Graduação em Educação FísicaO presente estudo pretendeu propor a dança-improvisação como metodologia para o ensino e a experiência em dança na educação infantil por meio de intervenções práticas em uma unidade de educação infantil, NEI Tapera. Para isso, fiz o uso da pesquisa-ação como método de pesquisa, numa abordagem qualitativa, que contou com a observação e registro das praticas em vídeo e fotografia, além do questionário aberto para colher dados. Escolhi esta metodologia por considerar relevante a minha participação como pesquisadora, que se preocupa em problematizar a própria prática pedagógica e quer buscar novos caminhos teórico-metodológicos no campo da educação física na educação infantil. A opção por este tipo de abordagem, também, foi devido à participação das crianças em todo o processo de construção do conhecimento. Como base conceitual para a dança-improvisação experiência e a capacidade mimética me apoiei nas autoras Haselbach (1988), Saraiva (2003;) e Benjamin (1987; 2002). A contribuição teórica para justificar a metodologia encontrei em Geraldi (2000), que trata da pesquisa-ação no contexto da produção de conhecimentos da aula/currículo/escola. Os dados obtidos com as análises dos questionários e as observações confirmaram que as crianças passam pela limitação de experiências de movimento, devido a limitações de espaço e tempo e das influências midiáticas. Com as vivências em dança-improvisação as crianças tiveram a oportunidade de ampliar e redimensionar suas experiências de movimento por meio da dança, da brincadeira, do lúdico, da criatividade, da imaginação e da interação com seus pares. As vivências foram planejadas de forma que as crianças pudessem sentir prazer e se divertirem; no mesmo tempo em que me preocupei em organizar conhecimentos que fossem necessários e significativos para elas. Por isso, o papel do planejamento teve destaque em nossas intervenções, onde a intencionalidade no processo educativo orientava minhas ações. No grupo crianças pesquisado, evidenciei marcas sociais de estereótipos da dança, que demarcaram socialmente e culturalmente que a dança só pode ser praticada por meninas. Com as intervenções pude perceber que houve avanço nesse sentido, pois tivemos à participação efetiva dos meninos em todas as vivências propostas, onde eles puderam se expressar por meio da dança, demonstrando interesse, criatividade e prazer. Como resposta a pergunta inicial: que dança faz dançar a criança? Pude concluir que a dança que faz dançar a criança é a dança planejada, organizada, adaptada as suas necessidades e interesse; é a dança que os faz rir, sentir, experimentar, pensar, movimentar, criar, imaginar. A dança-improvisação apresentou-se como possibilidade para o ensino da dança para as crianças

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