Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em HistóriaDa segunda metade da década de 70 em diante, diversos movimentos populares começaram a se organizar no Brasil. Em Criciúma, localizada ao sul do estado de Santa Catarina, essa realidade se fez presente. Em um cenário de recessão, desemprego, incertezas, greves e lutas políticas, teve destaque uma entidade que passou a centralizar as demandas dos diversos movimentos sociais que atuavam na cidade. O CEDIP (Centro de Estudos, Documentação e Informação Popular de Criciúma) surgiu em 1983 e foi formado por um grupo de jovens que já faziam parte de outros movimentos sociais. Em seus discursos, o Centro se colocava como autônomo em relação aos partidos políticos, sindicatos e Igreja. Entretanto, as fontes levantadas indicam uma atuação conjunta do CEDIP com os movimentos de bairro, as Pastorais da Igreja, as oposições sindicais e o Partido dos Trabalhadores, funcionando como um órgão articulador desses movimentos, atendendo suas demandas, principalmente as de formação política e educação popular. A segunda metade da década de 90 foi um período marcado pelos embates em torno do fechamento do CEDIP. Dificuldades financeiras para manter a estrutura material e pessoal, definição de prioridades de vida dos integrantes e refluxo nos movimentos sociais da cidade foram alguns fatores que interferiram profundamente nos rumos do Centro, que encerrou definitivamente suas atividades em 1998