Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.A ergonomia estuda o homem no trabalho e suas interações. O presente trabalho estudou o jogador de futebol em situação real de trabalho e suas interações fisiológicas, em uma rotina de exercício aeróbio e anaeróbio. O aumento do oxigênio utilizado durante exercícios aeróbios pode prejudicar o funcionamento corporal, pois ocorre a formação de grande quantidade de radicais livres de oxigênio (RLO). Por sua vez, o corpo humano possui uma linha de defesa, os antioxidantes não enzimáticos (GSH, Vitamina E, Vitamina C, etc.) e os antioxidantes enzimáticos (SOD, CAT, GR, GPx, GST, entre outros) que neutralizam a ação dos RLO. Quando a produção de RLO supera a capacidade antioxidante do corpo gera o chamado estresse oxidativo, e o conseqüente desenvolvimento de doenças, fadiga e lesões teciduais. Este trabalho teve como objetivo avaliar o estresse oxidativo em jogadores juniores de futebol frente a uma carga de treinamento aeróbio e anaeróbio. A amostra foi composta de 18 jogadores juniores de futebol, na idade entre 18, 27 ± 0,21 anos, que participam de rotina de trabalho, acompanhamento físico e nutricional de uma equipe profissional de futebol do estado de Santa Catarina. A amostra foi dividida em dois grupos de 9 jogadores, GI= treinamento aeróbio (ênfase na resistência, 40 min. de corrida contínua, com FC de 145 / 155 BPM, percorrendo uma distância de 6.780m); GII= treinamento anaeróbio (ênfase na potência anaeróbia lática, 8 "sprints" de 30 e 40s intervalados a cada 2 min, tempo total de duração de 15 a 20 minutos, com FC acima de 170 BPM, 85% F.C. Max., percorrendo uma média distância de 240m em cada sprint). Foram coletadas amostras de sangue antes e após os treinamentos, e prontamente encaminhado ao laboratório para análise espectrofométrica das variáveis em questão. Para o tratamento dos dados utilizou-se a estatística descritiva, e o teste "t" de Student, para variáveis dependentes, através do pareamento dos dados, adotando-se p<0,05 como nível mínimo de significância. Os níveis de TBARS não foram estatisticamente significativos. Entretanto, em resposta ao exercício aeróbio, a atividade da SOD e os conteúdos da GR, GSH, GT, diminuíram, as atividades da GST e a GPx aumentaram significativamente, enquanto que a atividade da CAT permaneceu inalterada. Em resposta ao exercício anaeróbio, a atividade da CAT diminuiu e a atividade da GPx aumentou significativamente, enquanto que as alterações verificadas na GT, GSH, SOD, CAT, GST e GR não foram estatisticamente significativas. Conclui-se que o exercício aeróbio aparentemente gera estresse oxidativo, pois provocou diversas alterações em diferentes biomarcadores de estresse oxidativo, enquanto que a resposta ao exercício anaeróbio não mostrou, exceção à CAT e a GPx, alteração nestes biomarcadores