thesis

Etiologia da cárie: uma construção do estilo de pensamento

Abstract

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública.Este trabalho de pesquisa tratou da construção do Estilo de Pensamento Odontológico acerca da etiologia da cárie. Abordou a historicidade dos conceitos de causalidade, no âmbito da doença específica e sua relação com a causalidade das doenças de maneira geral. Apontou como foco central da análise as transformações do estilo nas últimas duas décadas, em sua contradição com a tendência à persistência da teoria já consolidada. Foi utilizado como referencial de análise a epistemologia Fleckiana, na categoria estilo de pensamento, onde investigou-se, especialmente, suas características de tendência à persistência e transformação do estilo. Para tanto, foi analisada de forma sistemática e resumida a teoria de Ludwik Fleck (1896-1961), que caracteriza relações históricas e estilizadas (conformadas em um estilo) na construção deste conhecimento científico. Entendendo que o conhecimento é o resultado de uma atividade social, parte-se do princípio de que cada conhecedor é membro de um meio cultural determinado, em um Estilo e um Coletivo de Pensamento determinados. Para o desenvolvimento desta historicidade foram selecionados artigos e livros clássicos da odontologia. O estudo das transformações da teoria tiveram como foco artigos coletados no Med-line/Pubmed, classificados dentro das palavras chaves dental caries/etiology/theoretical, de 1980 a 2001, o que significou um universo de 161 artigos para seleção. A partir destas análises, apontou-se um macro-estilo de Pensamento caracterizado como multicausal-bologicista com tendência à transformação, especialmente localizada a partir da segunda metade da década de 1990. Além disto, a teoria vai incorporar o "papel do social", mesmo que sem identificá-lo como determinante da doença, desta forma, fazendo encaixar-se nos moldes do Estilo de Pensamento tradicional-biologicista. Caracterizou-se este período como o das complicações, que relacionam-se às mudanças no padrão da doença e impulsionam as alterações na teoria. Foi possível a identificação de cinco tendências distintas, nesta fase onde o período de classissismo da teoria não responde mais à realidade da doença revelada através de estudos epidemiológicos. As mudanças tecnológicas e o avanço no conhecimento e domínio humanos sobre a natureza de maneira geral, trazem à tona uma complexa rede causal que vai muito além da tríade de Keyes. É o desafio posto para a odontologia: tranformar seu pensament

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