Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-EconômicoA abertura econômica e o plano de estabilização de 1994 marcaram a economia brasileira na década de 90. Os dois fatores determinaram a reestruturação da indústria de transformação nacional. Este trabalho tem como objetivo principal verificar o impacto dessas mudanças através dos fatores sistêmicos de competitividade sobre o setor de cerâmica para revestimento. Este setor passou com sucesso pela reestruturação, e sofreu o impacto no desempenho competitivo da valorização cambial do período. O método básico foi o estudo multicaso, o qual envolveu entrevistas em quatro empresas. O elevado grau de competição e representatividade nas exportações do pólo sul catarinense de revestimento cerâmico justificam a opção pelo setor e pelas empresas. Levando-se em conta uma revisão bibliográfica e os resultados do estudo multicaso, conclui-se que os fatores sistêmicos influenciam na competitividade do setor. E a taxa de câmbio real como variável representante dos fatores sistêmicos macroeconômicos refletiu sobre o setor de duas maneiras: primeiro de forma positiva facilitando a importação de máquinas e equipamentos, o que resultou em um parque fabril tecnologicamente atualizado; segundo de forma negativa, já que o produto nacional perdeu competitividade internacional. Esse quadro poderia ter se revertido em 1999 com a desvalorização cambial, porém, os importadores exerceram poder de barganha e os produtores tiveram que, de maneira geral, baixar preço para se manterem no mercado externo. A baixa competitividade do produto da indústria em questão também está vinculada a problemas de organização da indústria, ou seja, a competitividade estrutura