Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciencias da EducaçãoO presente estudo tem por objetivo analisar representações que os professores formulam acerca da própria atividade pedagógica. Para isso, toma por base a produção escrita por duzentos e desessete candidatos, em seleção pública, a vagas no magistério de 1a a 4a Série da rede municipal de ensino de Florianópolis/SC. Foram escolhidas a partir da freqüência com que foram manifestadas algumas representações, que também servem para se compreender uma situação mais ampla. Em termos gerais, os docentes não transferiram a responsabilidade pelo fracasso escolar aos alunos e a elementos externos (a sociedade) a escola. Para compreender as razões desta transferência, verificou-se que isto tem a ver com a fragilidade e a confusão teórico-prática dos docentes, combinada com a falta de percepção que eles próprios e os alunos são sujeitos historicamente situados. Neste contexto, a pobreza material dos alunos, aliada a carência afetiva, serve de álibi justificador do fracasso e de convite para que o professor se considere sobretudo alguém que deva suprir estas carências. O quadro desenhado não se apresenta apenas como dramático, mas também difícil de ser enfrentado pela sua complexidade. Mesmo assim, sem desconhecer a situação, surgem soluções práticas que exigem uma constante vigilância teórica e clara da ação política