Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
Abstract
O trabalho docente nas universidades tem sido marcado por sobrecarga exaustiva com a lógica do trabalho intensificado e precarizado. Além disso, estudos relacionando gênero, saúde e trabalho docente ainda são escassos. Neste artigo, objetivou-se identificar e avaliar criticamente as evidências científicas relacionadas ao estresse ocupacional e aos transtornos mentais entre docentes do ensino superior na perspectiva de gênero. Realizou-se revisão integrativa nas bases de dados PubMed, SciELO e Lilacs, entre os meses de maio e junho de 2019, a partir das combinações dos descritores indexados: occupational stress; mental disorder; mental health; higher education; faculty; universities e das palavras-chave: faculty teacher; faculty teachers; university teacher; university teachers; academic setting; academic settings. Os resultados sinalizam que o estresse ocupacional é uma realidade nas universidades, com docentes cada vez mais insatisfeitos(as) e apresentando altas prevalências de transtornos mentais e sintomas depressivos. Ficou evidente a necessidade de responsabilização por parte da gestão educacional. A perspectiva de gênero manteve-se ausente ou superficial nas produções acadêmicas revisadas. É preciso concentrar-se em medidas que possam melhorar a qualidade do trabalho nas universidades, tornando-as um espaço prazeroso para homens e mulheres de forma igualitária.The teacher’s work in universities has been marked by exhaustive overload with intensive and precarious work conditions. Furthermore, studies regarding gender, health, and teacher’s work are still scarce. In this article, we aimed at identifying and critically evaluating the scientific evidence regarding occupational stress and mental health among higher education teachers from a gender perspective. We performed an integrative review of literature by searching on PubMed, SciELO, and LILACS, between May and June 2019, from combinations of the indexed descriptors: occupational stress; mental disorder; mental health; higher education; faculty; universities; and the keywords: faculty teacher; faculty teachers; university teacher; university teachers; academic setting; academic settings. The results indicate that occupational stress is common in universities, with teachers showing increasing dissatisfaction and higher prevalences of mental disorders and depressive symptoms. The need for accountability of educational managers is evident. Gender perspective was absent or scarce in the scientific literature revised. Concentrating on measurements to improve the quality of work in universities making them an equally pleasant space for men and women is needed