Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
Abstract
Introdução: Nos últimos anos, a incidência e a taxa de mortalidade causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) no público infanto-juvenil no Brasil foram reduzidas, tendo como causa principal o fornecimento da Terapia Antirretroviral (TARV) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), resultando em maior tempo e qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV. Assim, visto que a evolução da infecção pelo HIV é mais rápida em crianças do que em adultos, e que o grupo etário de 0-14 anos de idade representa o menor percentual de acesso à TARV, o estudo objetivou analisar a prevalência de internações e óbitos por infecção pelo HIV no grupo infanto-juvenil nas regiões brasileiras de 2018 a 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal ecológico, quantitativo e descritivo, o qual foi realizado a partir de dados coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Analisou-se Morbidade Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), sendo selecionado, como variável, internações e óbitos na aba conteúdo. A pesquisa foi restringida a crianças e adolescentes entre 5 e 14 anos, separados em dois grupos etários, infectados com HIV, no período de 2018 a 2022. Resultados: Foi visto que os casos de internação por HIV totalizaram 431 na população de 5 a 9 anos e 395, de 10 a 14 anos, tendo 2018 com maior número de notificações. Em relação às regiões, o Centro-Oeste teve o menor número de internações durante todos os anos analisados, não apresentando registros em 2020 e 2021. Já o Nordeste esteve mais presente no grupo mais jovem em todos os anos analisados, no quesito internações, e, entre o grupo de 10 a 14 anos, nos dois últimos anos, nestes prevaleceu a região Sudeste em 2018 a 2020. Quanto ao número de óbitos, no grupo de 5 a 9 anos, houveram 6 notificações, entre 10 e 14 anos, 8 casos foram notificados, no entanto, há regiões que não apresentaram registros, o que impossibilita afirmar o local com maior prevalência. Conclusão: Sendo assim, é questionável a cultura do acesso, continuidade de cuidado e adesão ao tratamento das regiões brasileiras, havendo divergência entre a alta prevalência de internações e o baixo número de óbitos em algumas regiões. Ademais, fatores socioeconômicos podem estar relacionados ao maior número de casos de internação presente nas regiões nordeste e sudeste. Logo, o baixo número de estudos sobre o tema compromete o embasamento para realização de políticas públicas