Avaliação dos níveis de Ansiedade, Depressão e Stress numa População de Árbitros Portugueses de Futebol

Abstract

Introdução: A arbitragem apresenta uma função de elevada importância no futebol. No entanto, a pressão associada à arbitragem pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e stress, especialmente entre os árbitros mais jovens e menos experientes.. O objetivo deste estudo é analisar a prevalência da ansiedade, depressão e stress, e determinar associação com as características sociodemográficas e dos Árbitros de Futebol Português. Métodos: O estudo observacional transversal foi realizado pela Faculdade De Medicina Da Universidade do Porto. A avaliação da ansiedade, depressão e stress relacionados com o nível de experiência dos árbitros de futebol foi realizada por meio da escala EADS-21, validada para a sociedade Portuguesa. A análise estatística dos dados foi conduzida utilizando o software Excel. Resultados: O estudo incluiu 30 participantes, predominantemente homens (90%) com idades entre 19 e 40 anos (M=25,7; DP=5,2). Os resultados indicaram uma prevalência de depressão média (M=8,63, DP=2,59) e ansiedade (M=6,42, DP=3,67) abaixo do ponto médio, e valores de stress (M=12,87, DP=5,08) acima do ponto médio da escala. As correlações entre os níveis de ansiedade e stress e as características sociodemográficas e profissionais mostraram associações significativas (p ≤ 0.01). Os árbitros mais velhos e com maior grau académico indicam menores níveis de ansiedade e stress. Da mesma forma, a categoria de arbitragem, a divisão mais alta onde exerceu como árbitro(a) e o número de anos de experiência profissional estavam negativamente correlacionados com ansiedade e stress. Não foram encontradas correlações significativas entre depressão e as variáveis analisadas (p > 0.05), e o número de jogos arbitrados por semana não se correlacionou significativamente com nenhuma das variáveis, possivelmente devido à homogeneidade das respostas nesta questão. Discussão: Os indícios de ansiedade e stress identificados entre os árbitros demonstraram correlação com diversas variáveis, tais como idade mais jovem, nível de instrução e características profissionais. Diante destes achados, é imperativo conduzir investigações mais abrangentes, envolvendo amostras mais significativas de árbitros, a fim de identificar quais destes profissionais estão mais suscetíveis a enfrentar desafios no seu quotidiano. Esta abordagem possibilitará a implementação de intervenções adequadas e oportunas para preservar e promover a saúde mental desses indivíduos.Introduction: Refereeing plays a crucial role in football. However, the pressures associated with refereeing can lead to mental health issues such as anxiety, depression, and stress, especially among younger and less experienced referees. The aim of this study is to analyze the prevalence of anxiety, depression, and stress, and determine their association with sociodemographic characteristics among Portuguese football referees. Methods: This cross-sectional observational study was conducted by the Faculty of Medicine of the University of Porto. Assessment of anxiety, depression, and stress levels among football referees was performed using the EADS-21 scale, validated for the Portuguese society. Statistical analysis of the data was conducted using Excel software. Results: The study included 30 participants, predominantly males (90%) aged between 19 and 40 years (M=25.7; SD=5.2). Results indicated a prevalence of moderate depression (M=8.63, SD=2.59) and anxiety (M=6.42, SD=3.67) below the midpoint, with stress values (M=12.87, SD=5.08) above the midpoint of the scale. Correlations between anxiety and stress levels and sociodemographic and professional characteristics showed significant associations (p ≤ 0.01). Older referees and those with higher educational attainment indicated lower levels of anxiety and stress. Similarly, refereeing category, highest division officiated, and years of professional experience were negatively correlated with anxiety and stress. No significant correlations were found between depression and the analyzed variables (p > 0.05), and the number of games refereed per week did not significantly correlate with any variables, possibly due to the homogeneity of responses to this question. Discussion: The indications of anxiety and stress identified among referees demonstrated correlations with various variables such as younger age, educational level, and professional characteristics. In light of these findings, it is imperative to conduct more comprehensive investigations involving larger samples of referees to identify which of these professionals are more susceptible to facing challenges in their daily lives. This approach will enable the implementation of appropriate and timely interventions to preserve and promote the mental health of these individuals

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