'Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/Edicoes UESB'
Abstract
Este artigo busca analisar os desafios enfrentados pelas políticas de inclusão de surdos negros no Brasil e seu prejuízo com o avanço do conservadorismo no Brasil, bem como destacar como a preservação da memória pode ser uma ferramenta para superar esses obstáculos. Partimos da premissa de que o crescimento das tendências conservadoras no Brasil tem impactado negativamente a luta contra o preconceito e prejudicado as políticas de inclusão, especialmente nas escolas sendo uma situação se agrava quando se trata de surdos negros, que além da surdez, ainda enfrentam preconceitos de raça. Utilizando uma abordagem qualitativa, fundamentada em autores como Silva (2011), Quadros (2004) e Santos e Obregón (2019), realizamos entrevistas semiestruturadas em uma escola da rede pública em Vitória da Conquista, Bahia. Nossos resultados indicam que os surdos negros enfrentam desafios significativos relacionados tanto à sua deficiência auditiva quanto à sua cor de pele. Nas entrevistas, também identificamos a falta de intérpretes de Libras como um dos principais problemas enfrentados por esses indivíduos. No entanto, acreditamos que o resgate da memória desses alunos e a promoção do compartilhamento e acesso às suas histórias de vida podem ser estratégias valiosas para combater a ausência de políticas inclusivas e resistir à crescente influência conservadora que avança no Brasil.This article aims to analyze the challenges faced by policies for the inclusion of Black deaf individuals in Brazil and their detriment due to the rise of conservatism in the country. It also highlights how the preservation of memory can be a tool to overcome these obstacles. We start from the premise that the growth of conservative trends in Brazil has negatively impacted the fight against prejudice and hindered inclusion policies, especially in schools. This situation worsens when it comes to Black deaf individuals, who not only face challenges related to their deafness but also encounter racial prejudice. Using a qualitative approach grounded in authors such as Silva (2011), Quadros (2004), and Santos and Obregón (2019), we conducted semi-structured interviews at a public school in Vitória da Conquista, Bahia. Our results indicate that Black deaf individuals face significant challenges related to both their hearing impairment and their skin color. In the interviews, we also identified the lack of sign language interpreters as one of the main problems faced by these individuals. However, we believe that reclaiming the memory of these students and promoting the sharing and access to their life stories can be valuable strategies to combat the absence of inclusive policies and resist the growing conservative influence advancing in Brazil.Este artículo busca analizar los desafíos enfrentados por las políticas de inclusión de sordos negros en Brasil y su perjuicio con el avance del conservadurismo en el país, así como destacar cómo la preservación de la memoria puede ser una herramienta para superar estos obstáculos. Partimos de la premisa de que el crecimiento de las tendencias conservadoras en Brasil ha impactado negativamente la lucha contra el prejuicio y ha perjudicado las políticas de inclusión, especialmente en las escuelas, una situación que se agrava cuando se trata de sordos negros, que además de la sordera, enfrentan prejuicios raciales. Utilizando un enfoque cualitativo, fundamentado en autores como Silva (2011), Quadros (2004) y Santos y Obregón (2019), realizamos entrevistas semiestructuradas en una escuela de la red pública en Vitória da Conquista, Bahía. Nuestros resultados indican que los sordos negros enfrentan desafíos significativos relacionados tanto con su discapacidad auditiva como con su color de piel. En las entrevistas, también identificamos la falta de intérpretes de Lengua de Señas Brasileña (Libras) como uno de los principales problemas enfrentados por estos individuos. Sin embargo, creemos que rescatar la memoria de estos estudiantes y promover el compartir y acceder a sus historias de vida pueden ser estrategias valiosas para combatir la ausencia de políticas inclusivas y resistir a la creciente influencia conservadora que avanza en Brasil