A comunicação de valores éticos através de livros ilustrados: os casos de «Que luz estarias a ler?» (2015) e «Clube Mediterrâneo - doze fotogramas e uma devoração» (2017), de João Pedro Mésseder e Ana Biscaia

Abstract

Que luz estarias a ler? e Clube Mediterrâneo - doze fotogramas e uma devoração, genuinamente ilustrados por Ana Biscaia e espontaneamente escritos por João Pedro Mésseder, são os livros estudados nesta dissertação. Através destes dois livros, pretendemos refletir acerca da ilustração enquanto estímulo de transformação dos contextos socioculturais e de valores éticos, reconhecendo na ilustração uma forma de comunicação visual narrativa, educacional, crítica e de comentário e (re)ação social. Desde sempre, a ilustração e as histórias têm um papel forte na vida do ser humano, bem como na forma de participar e de viver no mundo, procurando explicá-lo, compreendê-lo, torná-lo mais acessível e percetível. Para compreendermos a ilustração enquanto mecanismo de mudança social, principalmente junto do público infantojuvenil, propomos entender se esta permite que a mensagem chegue aos públicos de forma simples, rápida e direta, possibilitando uma transmissão capaz de impactar, alterar mentalidades e a forma de pensar; compreender se a capacidade de transformação cultural através da ilustração está sujeita a um conjunto de fatores que condicionam a sua eficácia; e, finalmente, entender se a ilustração, mesmo que não tenha capacidade de transmitir valores éticos e morais, é capaz de contextualizar os problemas da atualidade e traduzi-los de forma simples. Para entender estas questões, deslocamos a ótica do plano da receção para o da criação, em que os principais sujeitos desta investigação são os produtores culturais. A ilustração, ‘dizendo sem dizer’, trabalha no sentido de uma reconstrução da sociedade, de partilha, de valores, de reflexão.Que luz estarias a ler? e Clube Mediterrâneo – doze fotogramas e uma devoração, genuinely illustrated by Ana Biscaia and spontaneously written by João Pedro Mésseder, are the books studied in this dissertation. Through these two books, we intend to reflect on illustration as a stimulus for the transformation of socio-cultural contexts and ethical values, recognizing in the illustration a form of visual communication narrative, education, criticism, social commentary and (re)action. Illustration and stories have always played a strong role in human life, as well as in the way of participating and living in the world, trying to explain it, understand it, make it more accessible and noticeable. In order to understand illustration as a mechanism for social change, especially among children and adolescents, we propose to understand if it allows the message to reach audiences in a simple, fast and direct way, allowing a transmission capable of impacting, changing mentalities and the way of thinking; understand if cultural transformation’s capacity through illustration is subjected to factors that condition its effectiveness; and, finally, understand if illustration, even if it does not have the capacity to transmit ethical and moral values, is able to contextualize the today’s problems and translate them in a simple manner. In order to understand these issues, we shift the focus from the recipients to the creators in which the main subjects are the cultural producers. The illustration, ‘saying without saying’, works towards the reconstruction of society, through sharing, values, reflection

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