Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2023.Esta pesquisa está circunscrita às áreas da educação, da História e do ensino de História. Nesse âmbito, focaliza as narrativas acerca da vida profissional de duas professoras de História, Mariana Ouriques e Fabiolla Falconi Vieira, às quais realizaram sua formação acadêmica nos anos 2000 e atuam, profissionalmente, desde 2010, em Florianópolis (SC). As entrevistas com as professoras foram gravadas e transcritas segundo as metodologias da História Oral, tal como indicado por Alberti (2004a) e Portelli (2016); e as narrativas construídas foram analisadas pelos pressupostos da pesquisa biográfica, conforme indica Delory-Momberger (2008a). A questão norteadora foi compreender, por meio das memórias, as formas temporais identificadas nas narrativas das professoras entrevistadas que possibilitaram entender a vida profissional de professora de História que, em meio ao atual contexto aceleratório, habita e anseia temporalidades menos aceleradas. As diferentes formas temporais são compreendidas à luz dos aportes teóricos de Turin (2019) e Rosa (2019), ambos tratam sobre a existência da aceleração social neoliberal no mundo contemporâneo, direcionam para a constatação dessa aceleração e de uma possível politização linguística em meio à rede semântica neoliberal que naturaliza e incorpora conceitos de uma (des)temporalização alienante e patológica. Dentre os resultados da pesquisa destaca-se a constatação de diversas formas de temporalidades nas construções narrativas das entrevistadas, o que reverbera em diferentes modos de ser e de estar professora de História: nas memórias prazerosas do trabalho; nas memórias de reencontro com ex-alunos; e na percepção de ?encurtamento do tempo? para as diversas facetas da vida. A tessitura narrativa memorialística, temporal, possibilitou compreender a vida profissional de ser professora de História, envolta em conflitos e inserida numa configuração de tempo em disputa. Uma luta com o tempo chronos que coloca as docentes entrevistadas em dessincronia com as atuais precarizantes temporalidades aceleradas e em reivindicação por uma temporalização digna.Abstract: This research is limited to the areas of education, History and History teaching. It focuses on the narratives about the professional life of two History teachers, Mariana Ouriques and Fabiolla Falconi Vieira, who completed their academic education in the 2000s and have been working professionally since 2010 in Florianópolis (SC). The interviews with the teachers were recorded and transcribed according to the methodology of Oral History, as indicated by Alberti (2004a) and Portelli (2016); and the constructed narratives were analyzed based on the assumptions of biographical research, as indicated by Delory-Momberger (2008a). The guiding question was to understand, through memories, the temporal forms identified in the narratives of the interviewed teachers that made it possible to understand the professional life of a History teacher who, in the midst of the current accelerating context, inhabits and longs for less accelerated temporalities. The different temporal forms are understood in the light of the theoretical contributions of Turin (2019) and Rosa (2019), both of which deal with the existence of neoliberal social acceleration in the contemporary world, direct to the verification of this acceleration and a possible linguistic politicization in the midst of neoliberal semantic network that naturalizes and incorporates concepts of an alienating and pathological (de)temporalization. Among the results of the research, the observation of different forms of temporality in the narrative constructions of the interviewees stands out, which reverberates in different ways of being a History teacher: in the pleasant memories of work; in memories of reunion with former students; and in the perception of ?shortening time? for the various facets of life. The memorialistic, temporal narrative texture made it possible to understand the professional life of being a History teacher, wrapped in conflicts and inserted in a configuration of time in dispute. A struggle with chronos time that puts the interviewed teachers out of sync with the current precarious accelerated temporalities and in demand for a dignified temporalization