Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
Abstract
Introdução: A doença de Parkinson (DP) é o segundo distúrbio neurodegenerativo mais comum. Afeta principalmente pessoas a partir dos 60 anos de idade. Sua etiologia está associada com fatores genéticos e ambientais. A apresentação clínica da doença é caracterizada por tremores, rigidez, bradicinesia e outros sintomas neuropsiquiátricos. O tratamento da DP é baseado no controle dos sintomas, através de medicações e intervenção cirúrgica em casos selecionados. Alguns anos após do tratamento surgem as complicações da doença, discinesias e as flutuações motoras, uma vez que a degeneração dopaminérgica impossibilita o armazenamento da dopamina derivada da levodopa. O objetivo atual das terapias voltadas para DP é centrado na redução dos sintomas motores. A abordagem com os derivados da cannabis tem mostrado uma ação anti-inflamatória, neuroprotetora e imunomoduladora no sistema nervoso. Objetivos: Identificar a eficácia dos derivados da Cannabis no controle dos sintomas da DP e constatar a sua influência na progressão neurodegenerativa. Metodologia: Realizou-se uma revisão de literatura nas bases de dados pubmed e scielo, sendo selecionados 15 artigos dos anos 2012-2022. Para refinar alguns conceitos foi utilizado também o tratado de Neurologia Merritt 13ª edição e o livro princípios de neurociências 5ª edição. Resultados: Os derivados da cannabis apresentam ação antioxidante, anti-inflamatória e neuromoduladora, evidenciadas por experiências a nível molecular, pois reduz a produção de citocinas inflamatórias. As evidências clínicas são conflitantes, em modelo de animais os derivados da cannabis apresentaram melhora dos sintomas motores nos animais parkinsonizados. Em humanos os resultados revelam melhora dos sintomas não motores, porém os achados dos sintomas motores revelaram-se heterogêneos, alguns estudos apontaram melhora dos sintomas motores, mas em outros o resultado não foi reproduzido. Conclusão: Embora os achados sejam animadores com uso de derivados da cannabis, com evidências de atividade neuroprotetora e diminuição dos sintomas da DP. É fundamental mais estudos com uma amostra maior de pacientes. Torna-se imperativo o conhecimento das doses efetivas do cannabidiol (CBD) e do THT, quando estes forem combinados