Cidadania, educação e saúde de mulheres privadas de liberdade: relato de experiência de um projeto de extensão sob a perspectiva da enfermagem / Citizenship, education and health of women deprived of freedom: experience report of an extension project from the nursing perspective

Abstract

Introdução: Parte significativa da população carcerária vem das classes econômica e socialmente mais vulneráveis, com acesso limitado à educação, saúde e aos direitos sociais. Desse modo, as mulheres privadas de liberdade são negligenciadas pelo governo em termos de implementação de políticas públicas eficazes que contribuam para uma melhor qualidade de vida.  Objetivo: Implementar ações socioeducativas sobre direitos sociais e de saúde que permitam a inclusão social das mulheres encarceradas em uma prisão feminina brasileira. Método: Relato de experiência de um projeto intervencionista e extensionista, baseado nos pressupostos teóricos de Dorothea Orem, realizado em uma prisão feminina localizada no nordeste brasileiro, com 20 mulheres, através de uma amostragem não probabilística e não aleatória, com atividades socioeducativas de orientação. Resultados: Foram desenvolvidas atividades de grupo focadas em educação e saúde com essas mulheres, em sua maioria apontadas como pardas, através de círculos de conversa sobre temáticas como Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Saúde da Mulher, Lei Maria da Penha em uma troca de experiências, esclarecendo dúvidas e resgatando direitos e deveres esquecidos. Além disso, também foram realizadas consultas individuais por estudantes de Enfermagem, Direito e Psicologia com acompanhamento direto e supervisão dos profissionais responsáveis pelo serviço. Conclusão: O projeto desenvolvido acolheu uma população estereotipada e discriminada. E neste cenário, a Enfermagem, alinhada a multidisciplinaridade do projeto, atuou de um lado regida por seus princípios éticos e bioéticos de respeito a vida e a dignidade aos direitos humanos em todas as suas dimensões, sempre buscando estabelecer uma relação de ajuda que contribuia para os mecanismos de reintegração social, assim como de resgate da auto-estima e da auto-imagem; por outro, na promoção e na prevenção em saúde dentro do sistema penitenciário feminino o que permitiu que a mulher encarcerada se visse como um sujeito capaz de retornar ao seio social do qual foi extraída

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