Proposta para Ensino de Segurança de Processos em Cursos de Graduação de Engenharia Química no Brasil / Proposal for Teaching Process Safety in Undergraduate Chemical Engineering Courses in Brazil

Abstract

seja, aquele profissional que dominava as tecnologias e as aplicava na construção de edificações, navios, máquinas e equipamentos, etc. No caso do engenheiro químico, seu foco estaria na maximização da produção de agentes químicos. Contudo, o foco exclusivo na tecnologia e na produção rapidamente se mostraram insuficientes para atender as demandas sociais mais recentes, especialmente aquelas relacionadas à sustentabilidade ambiental e social. Dentro desse novo contexto, a prevenção de acidentes passou a ser uma prioridade na indústria química, e a segurança de processos um valor dentro dessas organizações. Embora a segurança de processos tenha apresentado forte evolução a partir das décadas de 80 e 90 do século passado, tal comportamento não se refletiu nas grades curriculares de diversos cursos de graduação em engenharia química no Brasil e no exterior. Ainda hoje são poucas as grades que contemplam de forma abrangente e explícita os conceitos da segurança de processos químicos. Diante do papel social do engenheiro, dispor de uma disciplina exclusiva para tratar do tema revela-se uma necessidade. O presente artigo detalha uma opção de ementa de disciplina, com carga horária de 45 horas teóricas distribuídas ao longo de um semestre. Nessa estratégia, adotada pela Escola de Química da UFRJ (EQ/UFRJ), a disciplina é dividida em três fases: i. introdução e análise de riscos; ii. modelagem e simulação; e iii. princípios básicos de incêndio e toxicologia. O presente texto detalha cada uma dessas fases, considerando as diferentes opções de sequenciamento do conteúdo ao longo do período. Critérios de avaliação utilizados, inclusive com a incorporação do uso, por parte dos alunos, de ferramentas computacionais de simulação, também são foco do artigo. A abordagem aqui descrita não é única, mas atende de forma adequada e simples a demanda crescente do mercado por engenheiros recém-formados capazes de transitar com algum conforto na área de segurança de processos, tema já tão estabelecido na indústria, mas ainda pouco falado na academia.

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