Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
Abstract
INTRODUÇÃO: O câncer hepático é uma neoplasia que acomete as células do tecido do fígado. Trata-se de uma patologia recorrente no contexto mundial sendo a quinta maior causa de óbitos entre os homens e a sétima entre as mulheres. Estudos apontam que a relação entre o fígado e a microbiota gastrointestinal pode influenciar o surgimento de certas patologias e que a busca pelo seu entendimento contribui para o surgimento de novos tratamentos. OBJETIVO: Compreender a relação existente entre a microbiota gastrointestinal e o câncer hepático. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Foi realizado levantamento bibliográfico por pesquisa pareada em múltiplas bases de dados como PUBMED, SciELO e LILACS. Como descritores foram utilizados “Liver Neoplasms”, “Gastrointestinal Microbiome” e “Microbiota” associado com o operador booleano AND, identificando-se quarenta e seis artigos científicos. Os critérios de inclusão utilizados foram artigos publicados entre 2018 e 2023, completos e gratuitos, nos idiomas português e inglês. Conforme critérios de exclusão foram selecionados artigos que não atendessem aos objetivos do estudo, como duplicidade de estudos nas bases de dados, relatos de experiência, artigos de revisão e ensaios clínicos. RESULTADOS: Doze publicações foram selecionadas em relação ao conteúdo e relevância ao objetivo da revisão. Verificou-se através dos estudos, evidências que apontam clara relação entre a microbiota gastrointestinal, o risco de desenvolvimento e progressão de cânceres gastrointestinais, dentre eles o câncer hepático, pois, embora a microbiota intestinal resida e influencie principalmente o intestino, ela também regula a função hepática por meio do eixo do sistema porta para o fígado. Como exemplo dos componentes microbianos atuantes nesta relação, estão os ácidos biliares secundários, os quais podem induzir danos ao DNA e contribuir para a remodelação dos microambientes tumorais. Além disso, os ácidos biliares e a microbiota intestinal influenciam-se mutuamente, pois os ácidos são biotransformados por enzimas derivadas da microbiota intestinal, e esses, por sua vez, também podem modular a composição microbiana. A interrupção da comunicação desse eixo pode contribuir para a carcinogênese hepatocelular. CONCLUSÃO: Conclui-se que há evidências de relação entre microbiota gastrointestinal com diversas neoplasias, incluindo o câncer hepático. Porém, o mecanismo de ação de relação não está totalmente esclarecido. Futuros estudos sobre o assunto pode indicar formas de diagnóstico, prevenção e tratamento de cânceres e doenças gastrointestinais