Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
Abstract
O uso de plantas medicinais ou fitoterapia, fazem parte da prática da medicina popular, podendo complementar um tratamento alopático ou ser usada de forma independente a tratar por completo algumas patologias. Devido ao grande avanço dos estudos para tratamentos utilizando as plantas, é possível utilizar com segurança e efetividade a fitoterapia. O crescimento da utilização por fitoterápicos no Brasil se dá por alguns motivos: baixo custo, fácil acesso pela população e principalmente o grande aumento nos estudos científicos para descoberta de novas plantas medicinais e novos tratamentos. Embora haja diversos métodos de tratamentos alopáticos a fitoterapia muitas vezes é procurada por ser denominada um método “menos agressivo” de tratamento e não gerar dependência. Durante a pandemia COVID-19, após parte da população sofrer mudanças no seu estilo de vida, após pesquisas foi constatado o desenvolvimento de transtornos de ansiedade, insônia e stress. Ocasionando uma procura por métodos alternativos, a fim de amenizar ou tratar os sintomas persistentes, sendo assim havendo uma grande preferência pela medicina fitoterápica, já que a mesma pode ser encontrada com facilidade em drogarias e farmácias e muitas vezes comercializadas sem a necessidade de prescrição médica. As plantas mais indicadas e referenciadas para os sintomas citados são a Passiflora e Valeriana, popularmente conhecidas como “calmantes naturais” que auxiliam no tratamento da insônia, ansiedade e stress, utilizadas desde o início da fitoterapia, hoje com eficiência comprovada em estudos, e regularizadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para comercialização e consumo seguro. Visando todos os benefícios que a Passiflora e a Valeriana podem oferecer, sua demanda e comercialização durante a pandemia para tratamento auxiliar de crises de ansiedade, insônia e stress nos levantou um questionamento, ao qual a população poderia estar fazendo uma maior utilização de fitoterápicos com ação ansiolítica durante a pandemia. Como metodologia de pesquisa, foi utilizado o método de levantamento bibliográfico utilizando as bases de dados PubMed e SciELO, nos anos de 2010 a 2020, utilizando as palavras-chave: Passiflora, Valeriana, Ansiedade, Insônia e COVID-19. Após, realizou-se levantamento de dados fornecidos por uma rede de drogarias popular da cidade de São Bernardo do Campo no período de abril a julho de 2019, e respectivamente o mesmo período de 2020 mediante resultados das vendas de medicamentos fitoterápicos Passiflora e Valeriana nas formas farmacêuticas líquida e cápsulas. Os resultados parciais obtidos demonstraram um aumento no volume de vendas na drogaria durante o período de abril a julho de 2020, período de pandemia COVID-19 que assola o Brasil e o mundo, quando comparado aos dados de vendas dos mesmos produtos no período de um ano anterior (abril a julho 2019). Durante o período pesquisado, foi possível observar um aumento duas vezes maior durante a pandemia das marcas Pasalix® e Calman®. Pode-se concluir que o uso de medicamentos naturais com ação ansiolítica obteve uma maior procura durante a pandemia COVID-19. A busca por tratamento alternativo de causas e sintomas que se agravaram durante a pandemia, ocasionou uma demanda maior na comercialização dos fitoterápicos, no qual cada dia mais vem ganhando a preferência da população com consumo seguro, qualidade e eficácia comprovada através de estudos científicos farmacológicos e farmacoterapêuticos, colaborando para o desenvolvimento de novos produtos no mercado fitoterápico