Esclerose múltipla e SARS - COV2 (Trigger ou coincidência?): relato de caso / Multiple sclerosis and SARS - COV2 (Trigger or coincidence?): case report

Abstract

Introdução: O novo coronavírus, SARS-CoV-2, representa uma forte ameaça global para a saúde pública no século XXI. Mesmo após dois anos desde o primeiro caso registrado, ainda é insuficiente o conhecimento sobre todos os mecanismos de ação do SARS-CoV-2. Entre os sintomas já relatados na literatura, os sintomas neurológicos mais comuns foram encefalopatia, cefaleia, anosmia e disgeusia. É reconhecido que a ocorrência de infecções virais pode agir como triggers para doenças imunológicas, como no caso da Esclerose Múltipla. Por essa razão, vírus latentes e residentes no sistema nervoso central, tais como Epstein-Baar, Varicela e Herpes vírus, têm sido implicados na gênese da Esclerose múltipla.  Objetivo: Relatar um caso de paciente que SARS-COV2 tenha agido como um gatilho para o desencadeamento de eventos imunológicos secundários que culminaram com o diagnóstico da Esclerose Múltipla. Método: Trata-se de um estudo descritivo com coleta de dados retrospectiva no prontuário de um paciente idoso, admitido em um Hospital Terciário do Distrito Federal - Brasil, com diagnóstico prévio de infecção por COVID-19. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), sob CAAE número 56465022.4.0000.8153. Sendo respeitando antes, durante e após o desenvolvimento do estudo as normas que tratam do desenvolvimento de pesquisa com seres humanos do Conselho Nacional de Saúde. Caso Clínico: Paciente de 74 anos, sexo masculino, pardo, com diagnóstico prévio de infecção por COVID-19 em agosto de 2020, sendo realizado na ocasião o teste RT-PCR que confirmou o diagnóstico. O paciente também estava previamente com megaesôfago chagásico e gastrite crônica, sem outras comorbidades. Cerca de sete dias após a admissão, paciente evoluiu com confusão mental, declínio progressivo das funções motoras e cognitivas, necessitando de auxílio para realizar atividades básicas de autocuidado. Ao décimo quinto dia de internação o paciente apresentou afasia motora e sonolência intermitente, sendo transferido para um hospital de atenção terciária para investigação do caso, após 47 dias da ocorrência do episódio súbito de hemiparesia a direita. Após discussão clínica, foi optado por pulsoterapia com metilprednisolona por três dias. Após essa terapêutica, paciente evoluiu com melhora cognitiva e motora, corroborando para alta hospitalar com seguimento no ambulatório de neuroimunologia do hospital terciário em questão

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