Análise de resíduos de agrotóxicos em amostras de mel de Apis mellifera obtidas a partir de floradas de canola de municípios do Rio Grande do Sul, Brasil: Analysis of pesticide residues in honey samples of Apis mellifera obtained from canola blooms from municipalities in Rio Grande do Sul state, Brazil

Abstract

A canola, durante o ciclo de cultivo, pode ser infestada e danificada por diversas pragas (insetos, fungos e plantas daninhas). Visando reduzir a incidência e os danos provocados por esses agentes bióticos, os agricultores realizam aplicações de inseticidas, fungicidas e herbicidas nas lavouras. O uso destes produtos químicos reduz a incidência e os danos provocados pelas pragas, mas também pode contaminar as flores que são visitadas pelas abelhas durante a floração da cultura e, com isso, pode resultar na contaminação do mel por resíduos de agrotóxicos. Diante da escassez de estudos sobre avaliação de pesticidas em mel de canola no Brasil, este trabalho teve por objetivo verificar se o mel produzido por Apis mellifera, a partir de floradas de canola de municípios do Rio Grande do Sul, apresentava resíduos de agrotóxicos. Para isto, 26 amostras de mel, obtidas a partir de floradas de canola, de nove municípios do RS, foram analisadas por cromatografia líquida/espectrometria de massas sequencial (LC-MS/MS) e por cromatografia a gás/espectrometria de massas sequencial (GC-MS/MS), totalizando 305 princípios ativos rastreados. Das 26 amostras de mel analisadas, em dez não foram detectados agrotóxicos, em nove amostras foram detectados três princípios ativos [2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxacético), epoxiconazol e imidacloprido] em concentração abaixo do limite de quantificação do método utilizado (10 µg/kg), em uma amostra detectou-se o inseticida deltametrina, também abaixo do limite de quantificação do método, e em 11 amostras foi detectado o fungicida carbendazim, em concentrações quantificadas pelo método que variaram entre 10 µg/kg e 100 µg/kg. Contudo, mesmo o princípio ativo carbendazim, em todas as amostras nas quais foi quantificado, ficou em concentrações abaixo do limite permitido pela legislação brasileira para mel, estabelecido em 1000 µg/kg. Portanto, de acordo com os resultados das amostras analisadas, o mel foi considerado seguro para consumo, considerando os limites de resíduos de agrotóxicos estabelecidos pela legislação brasileira

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