Reparo transcateter da valva mitral com uso de Mitraclip – revisão sistemática/ Transcateter repair of the mitral valve with the use of Mitraclip - systematic review

Abstract

Objetivo: Mapear o emprego do reparo transcateter da valva mitral (RTVM) com MitraClip no tratamento de pacientes portadores de doença valvar mitral não elegíveis ao tratamento cirúrgico convencional. Materiais e Métodos: Conduzimos um estudo de revisão de caráter descritivo e analítico cuja seleção foi feita entre março e abril de 2020, tendo sido coletados artigos de revisão, meta-análises e ensaios clínicos randomizados por meio da busca dos termos “MitraClip”; “Disfunção mitral”, “Mitral dysfunction”, “Sobrevida” e “Survival” nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) Brasil, Medline, BRISA/RedTESA, Lilacs e PubMed. Resultados: Ao todo 26 publicações foram contempladas e foi verificado que o RTVM é mais frequentemente realizado em idosos do sexo masculino em sua oitava década de vida, portadores de comorbidades cardiovasculares e com nível moderado ou alto de regurgitação mitral (RM). Conforme nossa análise, o RTVM com MitraClip apresenta segurança, eficácia e durabilidade bem definidas. A técnica é comprovadamente superior ao tratamento medicamentoso exclusivo, apresenta boa evolução prognóstica, índices de sobrevida satisfatórios e está menos associado a complicações pós-operatórias quando comparada à cirurgia, porém é inferior em níveis absolutos de correção da RM. É uma terapia que requer alto custo para adoção e ainda faltam estudos randomizados que reforcem suas indicações. Conclusão: A tecnologia é promissora, porém ainda permanece com indicações exclusivas para pacientes com risco cirúrgico alto ou proibitivo. Há falta de evidências de grande porte e de relatos expressivos de sua aplicação no contexto brasileiro. Entretanto, o RTVM com MitraClip aparenta ser uma boa alternativa ao tratamento cirúrgico e uma opção de tratamento mais satisfatória e eficaz que a terapia medicamentosa isolada. A escolha desta terapia ainda deve ser individualizada de acordo com parâmetros clínicos e funcionais específicos e as particularidades socioeconômicas do paciente

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