A vacinação com DTPA em gestantes e os casos de coqueluche no Brasil: uma análise de 6 anos: DTPA vaccination in pregnant women and pertussis cases in Brazil: a 6-year analysis

Abstract

Introdução: A coqueluche é uma doença infecciosa de alta transmissibilidade, principalmente na infância, podendo causar complicações graves nessa faixa etária. No Brasil, nos anos de 2011 a 2014, notou-se um aumento de casos em menores de um ano. Assim, o Ministério da Saúde (MS) introduziu, em 2014, a vacina difteria, tétano e coqueluche acelular (dTpa) no Calendário Nacional de Vacinação da gestante, de modo a ofertar imunidade indireta para o bebê, e para os profissionais de saúde que trabalham com crianças, a fim de diminuir a transmissão direta. Objetivo: Analisar o impacto da cobertura vacinal (CV) nos casos de coqueluche em crianças menores de um ano, nos anos de 2014 a 2019, no Brasil. Métodos: Estudo epidemiológico quantitativo, observacional descritivo, cujos dados foram obtidos por meio da consulta ao Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: Foi observado que há um maior número de casos de coqueluche em crianças menores de um ano, principalmente naquelas menores de seis meses. Tendo em vista o elevado número de casos nessa faixa etária, foi realizada uma análise da CV com dTpa em gestantes. Esse valor foi de 9,34%, em 2014, e aumentou significativamente, alcançando o pico em 2018, com 60,2%. Destacam-se as regiões Centro-Oeste e Sul, que obtiveram maior CV no ano de 2018. Ademais, o Centro-Oeste foi a região com maior CV nos seis anos e o Sul apresentou melhor CV  dentre as regiões, nos anos de 2017 a 2019. O número de casos de coqueluche na criança foi maior em 2014, com 5.083 casos. Nos anos seguintes, observou-se uma diminuição acentuada nesse número, atingindo 737 casos em 2019 e evidenciando uma redução de 86,3%. Discussão: Diante da análise dos dados, foi visto que o número de casos de coqueluche no primeiro ano de vida diminuiu significativamente no período de 2014 a 2019, apontando uma relação inversa com a CV. Nos anos estudados, a região mais afetada pela doença foi o Sudeste, seguido pelo Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte. A região Norte apresentou menor CV e, ainda assim, teve menos casos de coqueluche, questionando-se a presença de subnotificação. Em 2017 e 2018, houve um leve aumento no número de casos da doença, podendo estar associado às características da doença ou à vigilância em saúde. A meta do MS quanto à vacinação de gestantes era de 100%, mas o valor máximo atingido foi de 60,2% no Brasil, sendo necessário investigar os motivos que impediram atingir tal valor. Evidencia-se a importância da vacinação das gestantes para o combate à coqueluche nos primeiros meses de vida. Conclusão: O número de casos de coqueluche em menores de um ano de vida diminuiu substancialmente a partir de 2015, de forma inversamente proporcional à CV, que aumentou. Tal medida se mostrou exitosa na na proteção da criança contra a coqueluche nos primeiros meses de vida. Ainda assim, é necessário o aprimoramento das estratégias de combate à doença, com o objetivo de erradicar tal afecção no Brasil.Introdução: A coqueluche é uma doença infecciosa de alta transmissibilidade, principalmente na infância, podendo causar complicações graves nessa faixa etária. No Brasil, nos anos de 2011 a 2014, notou-se um aumento de casos em menores de um ano. Assim, o Ministério da Saúde (MS) introduziu, em 2014, a vacina difteria, tétano e coqueluche acelular (dTpa) no Calendário Nacional de Vacinação da gestante, de modo a ofertar imunidade indireta para o bebê, e para os profissionais de saúde que trabalham com crianças, a fim de diminuir a transmissão direta. Objetivo: Analisar o impacto da cobertura vacinal (CV) nos casos de coqueluche em crianças menores de um ano, nos anos de 2014 a 2019, no Brasil. Métodos: Estudo epidemiológico quantitativo, observacional descritivo, cujos dados foram obtidos por meio da consulta ao Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: Foi observado que há um maior número de casos de coqueluche em crianças menores de um ano, principalmente naquelas menores de seis meses. Tendo em vista o elevado número de casos nessa faixa etária, foi realizada uma análise da CV com dTpa em gestantes. Esse valor foi de 9,34%, em 2014, e aumentou significativamente, alcançando o pico em 2018, com 60,2%. Destacam-se as regiões Centro-Oeste e Sul, que obtiveram maior CV no ano de 2018. Ademais, o Centro-Oeste foi a região com maior CV nos seis anos e o Sul apresentou melhor CV  dentre as regiões, nos anos de 2017 a 2019. O número de casos de coqueluche na criança foi maior em 2014, com 5.083 casos. Nos anos seguintes, observou-se uma diminuição acentuada nesse número, atingindo 737 casos em 2019 e evidenciando uma redução de 86,3%. Discussão: Diante da análise dos dados, foi visto que o número de casos de coqueluche no primeiro ano de vida diminuiu significativamente no período de 2014 a 2019, apontando uma relação inversa com a CV. Nos anos estudados, a região mais afetada pela doença foi o Sudeste, seguido pelo Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte. A região Norte apresentou menor CV e, ainda assim, teve menos casos de coqueluche, questionando-se a presença de subnotificação. Em 2017 e 2018, houve um leve aumento no número de casos da doença, podendo estar associado às características da doença ou à vigilância em saúde. A meta do MS quanto à vacinação de gestantes era de 100%, mas o valor máximo atingido foi de 60,2% no Brasil, sendo necessário investigar os motivos que impediram atingir tal valor. Evidencia-se a importância da vacinação das gestantes para o combate à coqueluche nos primeiros meses de vida. Conclusão: O número de casos de coqueluche em menores de um ano de vida diminuiu substancialmente a partir de 2015, de forma inversamente proporcional à CV, que aumentou. Tal medida se mostrou exitosa na na proteção da criança contra a coqueluche nos primeiros meses de vida. Ainda assim, é necessário o aprimoramento das estratégias de combate à doença, com o objetivo de erradicar tal afecção no Brasil

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