Fratura maxilo-mandibular com comunicação bucosinusal causadas por ferimento de arma de fogo (faf): relato de caso / Maxillomandibular fracture with buccosinusal communication caused by gunshot wound (gsw): case report

Abstract

A face é composta por ossos firmemente articulados entre si, sendo rica em estruturas nobres como músculos e feixes vásculo-nervosos.  Assim, mediante ferimentos por arma de fogo (FAF), tais estruturas podem ser lesionadas, culminando em sequelas físicas e emocionais impossibilitantes. Os principais fatores associados a esse trauma incluem abuso de álcool e de drogas, suporte inadequado para saúde mental e as desigualdades socioeconômicas. Majoritariamente são afetados homens jovens e os principais sítios de fraturas faciais englobam os terços médio e inferior da face.  Desse modo, o objetivo desse artigo é relatar um caso de tratamento tardio de paciente vítima de FAF, com fratura mandibular associada a comunicação bucosinusal, abordado pela equipe de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Manoel Victorino - Bahia.  Paciente vítima de FAF, sexo masculino, 45 anos, cursando com fraturas de assoalho de seio maxilar à direita e de sínfise mandibular. Com base nos exames de imagem (Waters, Perfil e Tomografia Computadorizada) foram constatadas as fraturas, sendo proposta abordagem cirúrgica. O acesso foi realizado em fundo de vestíbulo mandibular anterior, seguido de desbridamento, irrigação abundante, redução e fixação interna da fratura de sínfise mandibular com uma placa do sistema 2.4 mm.  Em contrapartida, o fechamento da fístula bucosinusal foi obtido com retalho de mucosa jugal à direita. O atendimento emergencial de traumas faciais por arma de fogo deve ser norteado pelo Suporte Avançado de Vida no Trauma (ATLS) e o tratamento precedido de irrigação abundante, desbridamento e hemostasia. No entanto, para a recuperação estético-funcional da face, a intervenção e acompanhamento do cirurgião-bucomaxilofacial é imperativa, visando redução e fixação de fraturas que limitam oclusão, mastigação e fonação. Além disso, o fechamento da comunicação bucosinusal deve ser precoce, e a antibioticoterapia corretamente empregada, evitando complicações imediatas e/ou tardias como infecção do seio maxilar. 

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