Interdisciplinaridade, agroecologia e o homem como sujeito ativo na relação com a natureza / Interdisciplinarity, agroecology and man as an active subject in the relationship with nature

Abstract

O presente artigo aborda o tema agroecologia e o problema de pesquisa consiste em discutir o papel das revoluções agrícolas e da ciência na relação homem-natureza. Os objetivos consistem em: evidenciar o papel das revoluções na relação dos sujeitos do campo com a natureza, discutir os paradigmas emergentes em substituição aos paradigmas em crise e de que forma é possível retomar o homem a sua condição de sujeito na relação direta com a natureza. O artigo consiste em uma revisão de literatura, dialogando com artigos de autores, que abordam as temáticas revoluções agrícolas, avanço da ciência e sua crise, e paradigmas emergentes. As revoluções agrícolas impactaram socialmente e culturalmente a relação homem natureza. A revolução verde impôs a aliança entre modernização e ciência. A ciência instituída enquanto saber hegemônico e totalitário, somada à visão da grande exploração, desvaloriza e desqualifica os saberes e práticas dos homens em exercício nas atividades agrícolas. A evolução da agricultura contribuiu para o distanciamento gradual do homem da sua relação com a natureza, enquanto ser imerso em uma totalidade e detentor do saber necessário para se configurar enquanto sujeito ativo, que com o advento da ciência moderna perde o posto para esta. A ciência se institui doravante enquanto sujeito, mas de caráter especializado, atomizado, fragmentado, aliado aos interesses do capitalismo, da agricultura industrial ou moderna, embora não se sustente por muito tempo, chegando a um ponto que não é mais capaz de propor soluções aos problemas por ela gerados. Ao entrar em crise, emerge-se a necessidade de construção de um novo paradigma. Surge o paradigma interdisciplinar para substituir o paradigma da ciência moderna; e a agroecologia como um paradigma para substituir o paradigma da agricultura industrial ou moderna. A agroecologia como esse novo paradigma surge embasada numa abordagem interdisciplinar e coloca o homem como sujeito detentor de um conhecimento acumulado ao longo do tempo, respeitando e valorizando sua especificidade local e cultural em favor da retomada da sua relação direta com a natureza. Nesse novo paradigma, o conhecimento do homem e sua relação direta no manejo dos recursos naturais são valorizados

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