Estudo da relação entre o número de consultas de pré-natal, a ocorrência da Sífilis Congênita e a pandemia do novo coronavírus no Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte – MG

Abstract

No final do ano de 2019, surgiu o novo coronavírus (SARS- CoV- 2), causador de uma síndrome respiratória aguda que apresenta um amplo espectro clínico, desde casos assintomáticos até a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A doença, conhecida como COVID-19, difundiu-se rapidamente entre países e regiões do mundo, a partir dos primeiros casos identificados na China. Devido à declaração de emergência internacional emitida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Atenção Primária à Saúde sofreu impactos significativos. A assistência ao pré-natal é extremamente relevante para a prevenção da sífilis congênita, o que enfatiza a importância da manutenção desses atendimentos de maneira satisfatória durante o enfrentamento ao coronavírus. Identificar a partir da análise de dados epidemiológicos, o impacto da pandemia do COVID-19 no número de atendimentos de pré-natal e o possível aumento na incidência de sífilis congênita. Para a execução da pesquisa, propõe-se como metodologia o estudo quantitativo documental, do tipo exploratório-descritivo, longitudinal e retrospectivo. A técnica escolhida para atender aos objetivos da pesquisa é a busca e análise de dados epidemiológicos aliada a revisão de bibliografia atualizada sobre o eixo de pesquisa, a ser realizada em bases de dados do Ministério da Saúde, em plataformas como o DATASUS e boletins epidemiológicos. Nesse caso, os dados serão coletados via TABNET MG, sendo analisados dados sobre os nascidos vivos e doenças/agravos de notificação compulsória. A pesquisa teve como cenário o Sistema Único de Saúde (SUS) de Belo Horizonte- Minas Gerais (MG) e foi realizada mediante aprovação do comitê de ética. Tanto a análise comparativa da proporção de mães que realizaram sete ou mais consultas de pré-natal no ano de 2019, antes da pandemia, com os anos 2020 e 2021, quanto a análise de séries temporais da assiduidade das mães no período de 2015 a janeiro de 2022, foi demonstrado que não houve redução da assiduidade durante o ano pandêmico.. Já na análise com a estratificação das mães em cada um dos anos por raça-cor, escolaridade e idade, observou-se diferenças estatisticamente significantes entre alguns grupos. No que tange ao número de casos de sífilis congênita, evidenciou que o período após Fevereiro de 2020 alterou significativamente a série, tendo uma grande redução do número de casos por nascidos vivos durante os anos de 2020 a janeiro de 2022, o que confirma o impacto significativo e decrescente durante a pandemia sobre o índice dessa doença no município analisado. A sífilis materna seguiu um padrão semelhante ao da sífilis congênita, com uma quebra estrutural em outubro de 2021. Diferentemente da hipótese inicial do estudo, comprovou-se que a pandemia da Covid-19 não impactou de forma estatisticamente relevante na assiduidade das consultas de pré-natal ou na incidência de sífilis congênita

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