A reflexão sobre a sub-representação de grupos marginalizados nos arquivos tem decorrido em torno de conceitos como o silêncio dos arquivos ou, num contexto mais específico de reparação histórica, a descolonização dos mesmos. Este debate no seio da comunidade científica reconhece a centralidade do arquivista nesta questão, nomeadamente a importância do seu contexto profissional e social (não há descrições neutras) fundamental na preservação, organização, representação e divulgação destes acervos. Este trabalho tem como objetivo a problematização do tema e sistematização de formas apontadas para ultrapassar este silêncio, seja através de projetos de arquivos digitais ou propostas de linguagem inclusiva. Para tal recorre à revisão da literatura sobre os conceitos de silêncio e descolonização dos arquivos seguida da identificação de projetos de digitalização e terminologia inclusiva como forma de contornar essa sub-representação, fazendo sair essa documentação do seu apagamento ou má representação. Como conclusão, apresentam-se boas práticas de divulgação de documentação sobre minorias étnicas e projetos de terminologia inclusiva, num reconhecimento objetivo de formas de devolver a voz a estas comunidades, fazendo propostas de adaptação das mesmas no Brasil e em Portugal