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Abstract
A resistência bacteriana é um grave problema de saúde pública mundial, atingindo diferentes esferas da sociedade, aumentando os custos hospitalares e reduzindo as chances de cura do paciente, uma vez que os antimicrobianos deixam de ser eficazes no tratamento de infecções causadas por tais bactérias. Com o passar dos anos, os uropatógenos, agentes causadores de infecções do trato urinário, apresentaram taxas cada vez mais elevadas de resistência, fazendo com que seja cada vez mais necessário determinar o perfil de susceptibilidade de tais microrganismos. A partir disso, o presente estudo teve como objetivo verificar o perfil de resistência a antimicrobianos dos principais uropatógenos encontrados em um hospital militar do Rio de Janeiro. Para a elaboração deste estudo, foram obedecidos todos os princípios éticos, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde foram utilizados 825 laudos de uroculturas positivas, coletadas entre março de 2018 e março de 2020. Dentre os principais uropatógenos identificados, a Escherichia coli obteve destaque, totalizando 72,9% dos casos, seguida de Klebsiella pneumoniae (13%), Proteus mirabilis (5,7%) e Acinetobacter baumannii (2,09%). Tais bactérias também podem ser causadoras da chamada bacteriúria assintomática, cujo tratamento é empírico e baseado em antibióticos de amplo espectro. Ao analisar o perfil de susceptibilidade destes microrganismos, foi possível identificar uma tendência de crescimento de cepas resistentes às fluoroquinolonas e carbapenêmicos. O desenvolvimento de protocolos para o uso racional de antimicrobianos pode ser um avanço para o manejo clínico baseado em evidências