Níveis de albumina sérica e o desfecho de pacientes internados com COVID-19 no estado de Pernambuco: Serum albumin levels and the outcome of patients hospitalized with COVID-19 in the state of Pernambuco

Abstract

Diante da pandemia da COVID-19 que assolou todo o mundo, ceifando a vida de mais de 6 milhões de pessoas, são necessárias estratégias que possam estratificar riscos e prever o prognóstico desses pacientes que evoluem para a forma mais grave da doença. Logo, a albumina é um biomarcador importante que vem fazendo esse papel, auxiliando na estratificação de risco precoce e na seleção de vias de tratamentos adequados para a doença. O estudo em questão teve como objetivo comparar os níveis de albumina sérica em função do desfecho clínico de pacientes internados com COVID-19 no estado de Pernambuco. Esse é um estudo transversal alinhado à coorte com dados secundários coletados de uma pesquisa do tipo coorte dinâmica multicêntrica intitulada “Aspectos sociodemográficos, clínicos e nutricionais associados com mortalidade em pacientes com COVID-19: um estudo multicêntrico no nordeste brasileiro”. Foram coletados dados de pacientes adultos e idosos, de ambos os sexos, hospitalizados em 08 hospitais de Pernambuco. Foram excluídos da pesquisa, pacientes dos quais não houve a coleta dos dados de albumina sérica. As variáveis contínuas foram testadas quanto à normalidade da distribuição pelo teste de Kolmogorov Smirnov, e após confirmação da normalidade, foram descritas sob a forma de médias e desvios-padrão. Foi adotado um nível de 5% (p<0,05) para constatação de associações estatisticamente significantes. O estudo incluiu um total de 84 pacientes que tinham registro dos dados de albumina sérica no estado de Pernambuco, dos quais a maioria eram idosos (61,9%), do sexo masculino (51,2%), de cor parda (60,7%) e conforme o Critério de Classificação Econômica Brasil – CCEB, de classe baixa (75%). Referente às características de estilo de vida e clínicas da população, houve predominância de pacientes não tabagistas (53,6%), abstêmios (11,9%) e que não praticavam atividade física (41,7%). As comorbidades mais frequentes foram Hipertensão Arterial Sistêmica (58,3%), seguida de diabetes mellitus (33,3%) e as duas comorbidades associadas apresentaram um percentual de 61,9% dos pacientes. Fazendo uma análise de comparação das variáveis estudadas com os níveis de albumina registados, foi constatado que gênero (p=0,68), faixa etária (p=0,40), classe econômica (p=0,44), tempo (p=0,67) e tipo (p=0,07) de internamento e as comorbidades (p=0,80) existentes não evidenciam diferenças significativas. Já comparando os níveis de albumina sérica com desfecho clínico, foi revelado que os piores desfechos estão associados a menores níveis de albumina no plasma sanguíneo (p=0,03). Conclui-se que os níveis de albumina sérica presentes em casos graves de pacientes com COVID-19 internados no estado de Pernambuco se relacionaram diretamente com seus desfechos clínicos, sendo piores naqueles que possuíam níveis baixos desse biomarcador no plasma sanguíneo

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