Atividade in vitro da secreção de Lucilia cuprina frente à Leishmania amazonensis, Ttrypanosoma cruzi e linhagens celulares / In vitro activity of larval secretions from Lucilia cuprina against Leishmania amazonensis, Trypanosoma cruzi and cell lines

Abstract

As pesquisas com produtos naturais representam um valioso recurso, pois são fonte de compostos biologicamente ativos que podem ter atividade contra uma variedade de patógenos que afetam a saúde humana e animal. Os dípteros da espécie Lucilia cuprina, pertencente à família Calliphoridae, conhecidos como moscas varejeiras, são cosmopolitas e têm importante função na natureza devido ao desenvolvimento de suas larvas em matéria orgânica em decomposição. Alguns estudos chegaram à conclusão de que a produção de enzimas digestivas secretadas pelas larvas são importantes para o estabelecimento e  sobrevivência desses insetos no hospedeiro e no ambiente  devido a sua  secreção ter ação bactericida, antiparasitária e antifúngica e ao hábito alimentar necrobiontófago, esses dipteros têm sido utilizados em bioterapia e pesquisas contra vários patógenos, entretanto, são poucos os estudos com foco na secreção desta espécie. Portanto, o objetivo deste trabalho foi verificar a atividade da secreção larval in vitro de L. cuprina, extraída de larvas L3 em diferentes concentrações por um período de 24 horas, frente à Leishmania amazonensis, Trypanosoma cruzi, linhagem tumoral de melanoma B16-F10 e HFF-1 de fibroblasto humano. Evidenciou-se uma redução na viabilidade de promastigotas de L. amazonensis nos tratamentos com secreção larval de 0,25%, 1% e 2% (viabilidade reduzida para 43,33%, 60% e 37,33% respectivamente). No ensaio com T. cruzi as concentrações 0,25% e 0,5% de secreção larval foi ativa mostrando diminuição de viabilidade de epimastigotas para 35,28% e 43,07%. A secreção larval mostrou capacidade citotóxica para as células tumorais. A concentração de 2% foi significativa em todos os ensaios, MTT, Vermelho Neutro (NR) e Crystal Violeta (VC), com redução de viabilidade para 79,3%, 85% e 85,6%, respectivamente. O tratamento a 1% mostrou diferença significativa tanto para NR (viabilidade de 74%) como VC (viabilidade de 83,6%). A concentração de 0,5% no NR diminuiu viabilidade para 80,6%. Nos ensaios com linhagem não tumoral a secreção mostrou baixa toxicidade, demonstrando segurança. O ensaio fluorimétrico realizado para quantificação de dsDNA (Picogreen) indicou um aumento de 14% à 25% de DNA extracelular. Os resultados fluorimétricos com o marcador 2,7’-diclorofluoresceína (DCFH-DA) mostraram um aumento de 20% e 22% de espécies reativas nas concentrações de 0,25 e 2%, sendo indicativo de um possível mecanismo de morte celular por radicais livres. Os resultados revelam que a secreção larval de L. cuprina, em diferentes concentrações, demonstrou atividade antiprotozoária e citotóxica na linhagem tumoral

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