A transformação maligna no câncer de esôfago: Aspectos moleculares / Malignant transformation in esophageal cancer: Molecular aspects

Abstract

Introdução: O câncer de esôfago (CE) é uma afecção complexa, multifatorial e associada a uma elevada taxa de morbimortalidade. Os dois principais tipos são, adenocarcinoma e carcinoma de células escamosas. O primeiro ocorre, na grande maioria dos casos, em consequência de uma condição denominada Esôfago de Barrett em células glandulares esofágicas, enquanto o segundo ocorre em células da mucosa esofágica, causado predominantemente pelo tabagismo. O CE apresenta maior incidência no sexo masculino, ocorrendo principalmente a partir da sexta década de vida. É o sexto câncer mais frequente em homens no Brasil, sendo o quinto mais letal nesse gênero. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo principal descrever os principais aspectos moleculares da transformação maligna, além de uma abordagem clínica e epidemiológica do CE. Métodos: estudo analítico realizado através de pesquisa de artigos em plataformas digitais e literaturas de referência no assunto. Resultados: Atualmente, as evidências indicam que há enorme influência e participação da genética e epigenética no desenvolvimento do processo neoplásico. Alterações no gene TP53, SMAD4, ARID1A, PIK3CA, SPG20, TLR4, ELMO1 e DOCK2, na regulação negativa do inibidor da cinase dependente de ciclina (CDKN2A) e outras mutações genéticas estão relacionadas com o desenvolvimento de CE. Discussão: Os principais genes envolvidos na carcinogênese do CE são TP53 e CDKN2A. Ambos atuam como supressores de tumor, o primeiro age através da proteína p53 e p21 na regulação do ciclo celular. O segundo, por sua vez, quando inibido deixa de exercer sua função de regular o ciclo celular. Sua evolução ocorre de maneira distinta e variável a depender do indivíduo. Clinicamente, esse tipo de câncer é de difícil reconhecimento devido à sua variedade e inespecificidade sintomatológica a depender do local e grau de acometimento, portanto o diagnóstico precoce é fundamental. Conclusão: Devido ao aumento da morbimortalidade por CE nas últimas décadas, em virtude das elevadas taxas de obesidade, sedentarismo e consumo de alimentos ultraprocessados, conclui-se a necessidade do desenvolvimento de bons marcadores tumorais para CE, visando o diagnóstico precoce e melhor prognóstico da doença

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