Avaliação do uso de toxina botulinica a em pacientes portadores de microcefália secundaria a síndrome do vírus zika congenito / Evaluation of the use of botulinic toxin in patients with microcephaly seconding the congenital zika virus syndrome

Abstract

Introdução: A Síndrome do Vírus Zika Congênito (SZC) é caracterizada por principalmente anormalidades neurológicas, causadas por um neurotropismo característico do vírus. A microcefalia, um sinal definido por um perímetro cefálico inferior a dois desvios-padrão da média específica para o sexo e idade gestacional, está associada com manifestações neuromusculares, destacando-se a espasticidade muscular.A espasticidade na microcefalia é fisiopatologicamente similar a dos portadores de paralisia cerebral (PC), causando efeitos debilitantes funcionais, além de dor e diminuição na qualidade de vida desses pacientes.Neste sentido, o uso a toxina botulínica A (BTX A) tem sido utilizada e comprovada como segura e eficaz no tratamento da espasticidade nos portadores de PC. Entretanto, na literatura atual, há uma escassez de estudos que descrevem os efeitos da BTX A em crianças com microcefalia que apresentam espasticidade.Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi avaliar a resposta ao tratamento com BTX A em crianças com microcefalia menores de dois anos de idade secundaria a SZC, que apresentam espasticidade.Materiais e Métodos: Os dados de 32 pacientes com idade inferior a 2 anos, com microcefalia secundária a SZC, foram coletados e analisados antes e após a injeção de BTX A para reduzir a contração muscular da área tratada. A aplicação foi realizada por um corpo fixo de médicos ortopedistas do serviço onde foi realizada a coleta de dados. Após o tratamento, os resultados foram medidos conforme evolução clínica, angulação de mobilidade muscular e diminuição da contratilidade motora, além da melhora funcional. Os dados qualitativos relacionados a melhora da qualidade vida foram colhidos através do questionário SF-36 que foi respondido pelos responsáveis dos pacientes.Os dados coletados foram colocados em tabelas de contingencia e submetidos a análise estatística.Resultados: Os pacientes apresentaram melhora clínica estatisticamente significativa (p<0,05), com diminuição do grau de espasticidade nos músculos tratados, e da amplitude de movimento dos mesmos. Todos esses fatores tiveram impacto positivo e estatisticamente significativo (p<0,05) na qualidade de vida dos pacientes, avaliada pelo questionário SF-36.Conclusão: A aplicação de toxina botulínica diminuiu significativamente a espasticidade em crianças com microcefalia, teve repercussão positiva tanto em aspectos clínicos como na qualidade de vida dos pacientes, devendo ser considerada no manejo desses paciente

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