Peregrination through Paul Celan’s work

Abstract

Tese de doutoramento na área de Psicologia Clínica apresentada à Fac. de Psicologia e de Ciências da Educação de CoimbraAo lermos Paul Celan mergulhamos no desabamento de um Mundo, na Perda e na Destruição, no Nada. Mas, apesar disso, ao longo da sua Obra, a procura do Encontro com o Outro é inquestionável. O Tu dominante nos seus poemas é um Tu morto, Tu esse face ao qual me parece ser possível descrever dois tipos de relação: - um Tu que, apesar de morto, esteve presente e vivo, com quem se desenvolveram laços e com o qual, portanto, é possível re-encenar Encontros, desde que seja o Eu a caminhar para ele; - um Tu inexoravelmente morto, que arrasta o Eu para a sideração do vazio absoluto, para um Nada psíquico onde se encontra perdido qualquer sentido. Desta forma, a sua escrita, ainda que portadora de alguma esperança e de alguma reparação, fecha-se no Encontro com um Outro morto, com quem Celan vive o Mesmo. Na sua poesia Celan comunica-nos o seu sofrimento, o sofrimento decorrente da impossibilidade de se separar do que se teve e se perdeu e que, uma vez que foi vivido como insuficiente, não permitiu uma representação interna sólida que tornasse viável a construção da separação psíquica. Assim, o Poeta fala-nos da dificuldade de se diferenciar de um objecto retirado/em agonia/morto com o qual ficou emaranhado e confundido. E fala-nos também do sofrimento atroz e sem nome do Nada, do Nada/Vazio Absoluto a partir do qual Nada é possível construir (enquanto representação interna securizante e esperançosa) e que acaba por se transformar num abismo voraz e destruidor. A Obra de Paul Celan será uma tentativa para dar forma (através da palavra, da criação de imagens, de ritmos, de sonoridades e de silêncios) a sentimentos de aflição extrema e de grande desamparo. No seu conjunto os seus poemas serão, assim, um esboço de constituição de uma pele psíquica destinada a conter/suportar essas vivências

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