Texto de apresentação da Diadorim 23-3 - Projeto de Internacionalização - PrInt

Batista da Silveira, Eliete Figueira

Gomes, Danielle Kely

Machado Vieira, Marcia dos Santos

Portuguese

Portal de Periódicos da UFRJ

A revista Diadorim u  liza uma Licença Crea  ve Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC-BY-NC).Diadorim, Rio de Janeiro, vol. 23, n. 3, Especial,  p. 10 - 11, jul. - dez. 2021.DOI: http://dx.doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n2a40798Recebido em: 14 de janeiro de 2021 /Aceito em: 31 de março de 2021APRESENTAÇÃOEm mais um volume ligado ao Projeto Capes-PrInt/2021 Vozes e escritas nos diferentes espaços da língua portuguesa, a Diadorim: revista de estudos linguísticos e literários traz aos seus leitores duas entrevistas, dois artigos clássicos, além de três artigos de pesquisadores de diferentes universidades brasileiras: a Federal Fluminense, a Federal do Rio de Janeiro e a Federal do Pará. O primeiro artigo clássico A existência/inexistência de sujeitos oracionais tem como autores Mary A. Kato (Unicamp) e Carlos Mioto (UFSC). Nele, os pesquisadores objetivam uma nova análise das tradicionalmente chamadas orações subjetivas, de acordo com a perspectiva da Teoria Gerativa. Para os autores, tais estruturas “são selecionadas como complementos” na estrutura profunda (estrutura-D). Isso se comprova pelo fato de que as subordinadas integrantes poderem ser topicalizadas à esquerda com comportamento de adjunto sintático, o que explica “o porquê de a ordem pós-verbal não ser a não-marcada, em oposição ao que se espera do comportamento de um sujeito”. Além disso, Kato e Mioto apresentam uma nova alternativa mais simples e econômica sobre o “lugar de inserção dos expletivos em construções impessoais”.No segundo artigo clássico, Emilio Pagotto (UFSC) discute “o problema epistemológico de incorporar ao quadro descritivo dos processos de variação hipóteses oriundas” de teorias formalistas como o Estruturalismo e o Gerativismo, partindo do princípio de que as teorias não concorrem entre si.  Retomando, portanto, as discussões trazidas por Tarallo (1986), o autor propõe o caminho que “consiste em tomar as porções do funcionamento linguístico que sustentam a empiria de tais quadros teóricos [...] e ressignifi car a relação proposta no interior dos quadros de origem (estruturalista ou gerativista) não como o efeito de uma regra que responde a conceitos abstratos que só fazem sentido no interior de cada quadro, mas como força que age no âmbito do funcionamento da língua.”O primeiro entrevistado é o Professor Uli Reich. Uli é Professor Ordinário pela Universidade Livre de Berlim. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, trabalhando sobre pragmática, prosódia, sintaxe, sociolinguística e contato linguístico em português, espanhol e francês. Em sua entrevista, o pesquisador afi rma que Em linguagem, tudo está conectado.11Diadorim, Rio de Janeiro, vol. 23, n. 3, Especial, p. 10 - 11, jul. - dez. 2021.O segundo entrevistado é o Professor Konrad Szcześniak. Ele discute Usos criativos, variáveis e formulaicos em gramática de construções. Szcześniak é Professor de Linguística na Universidade Palacký (República Tcheca) e na Universidade da Silesia (Polônia). É autor de uma série de livros e outros textos, inclusive de artigos sobre a língua portuguesa. A presente entrevista centra-se em como as pessoas usam a língua fl uentemente e como desenvolvem um domínio sólido da sua língua materna.Em seu artigo [DAR ruim] and [DAR bom]: two idiosyncratic idioms from Brazilian Portuguese, Monclar Lopes e Bárbara Miranda discutem o emprego do verbo dar seguido dos adjetivos ruim ou bom. Tais construções idiomáticas são descritas à luz da Linguística Funcional Centrada no Uso, uma vez que a teoria prevê o pareamento simbólico de forma e conteúdo, bem como no fator da composicionalidade construcional. Os autores demonstram a produtividade de cada construção, bem como observam seu uso em contextos argumentativos e intersubjetivos com caráter avaliativo.No artigo Future reference in portuguese: the case for a volitive periphrasis, Mariana Costa e Laís Souza investigam as ocorrências de [querer + verbo no infi nitivo] em comparação à expressão [ir + verbo no infi nitivo]. Com base na perspectiva teórica da Linguística Funcional-Cognitiva e da Gramática de Construções, as autoras partem da hipótese de que existe uma associação entre volição e futuridade feita pelos falantes do português. Como resultado, concluem que a construção [querer + verbo no infi nitivo] licencia múltiplos usos que podem ser acionados pelo falante durante a situação comunicacional.O artigo intitulado Processos materiais nas notícias de jornais paraenses sobre violência doméstica na perspectiva da metafunção ideacional, de Bárbara Pinheiro e Rosângela de Sousa, apresenta os processos materiais dos textos jornalísticos sobre violência doméstica, desvelando as representações de vítimas e agressores veiculados pela mídia escrita. Utilizando-se dos pressupostos teóricos e metodológicos da Linguística Sistêmico-Funcional, os resultados indicam que os jornais retratam os principais atores dos casos de violência doméstica por meio de escolhas linguísticas que contribuem para formas particulares de representação.Esperamos que esta edição da Diadorim cumpra a sua função de disseminação do conhecimento linguístico desenvolvido no âmbito das universidades brasileiras para além das fronteiras nacionais, bem como contribua para as refl exões acerca dos usos da língua em diferentes perspectivas teóricas.Editora-chefeMarcia dos Santos Machado Vieira Editoras adjuntas Danielle Kely GomesEliete Figueira Batista da Silveira

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