Description of Euthlastoblatta beckeri sp.nov. from Rio de Janeiro State, Brazil. The revalidation of the genus and its new occurrence in Brazil are presented.Neste trabalho é descrita Euthlastoblatta beckeri sp.nov. do Estado do Rio de Janeiro, revalidado o gênero e registrado pela primeira vez a sua presença no Brasil

Lopes, Sonia Maria

Oliveira, Edivar Heeren de

Portuguese

Portal de Periódicos da UFRJ

1 Submetido em 15 de abril de 2004. Aceito em 19 de outubro de 2004.2 Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Entomologia. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.3 E-mail: sonialf@acd.ufrj.br.Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.63, n.2, p.263-266, abr./jun.2005ISSN 0365-4508UMA NOVA ESPÉCIE DO GÊNERO EUTHLASTOBLATTA HEBARDE CONSIDERAÇÕES TAXONÔMICAS SOBRE O GÊNERO(BLATTARIA, BLATTELLIDAE) 1(Com 7 figuras)SONIA MARIA LOPES 2, 3EDIVAR HEEREN DE OLIVEIRA 2RESUMO: Neste trabalho é descrita Euthlastoblatta beckeri sp.nov. do Estado do Rio de Janeiro, revalidadoo gênero e registrado pela primeira vez a sua presença no Brasil.Palavras-chave: Euthlastoblatta beckeri sp.nov. Novo registro.ABSTRACT: A new species of the genus Euthlastoblatta Hebard and taxonomic considerations about thegenus (Blattaria, Blattellidae).Description of Euthlastoblatta beckeri sp.nov. from Rio de Janeiro State, Brazil. The revalidation of the genusand its new occurrence in Brazil are presented.Key words: Euthlastoblatta beckeri sp.nov. New occurrence.INTRODUÇÃOO gênero Euthlastoblatta foi descrito por HEBARD(1917) na subfamília Pseudomopinae e consideradocomo um gênero aberrante dentro da subfamília,tendo sido o nome aplicado devido ao aspecto frágildo espécime. É um gênero monotípico descrito doTexas, nos Estados Unidos da América. Foiconsiderado pelo autor como similar a AglaopteryxHebard, 1917 diferindo-o pela presença de tégminasdesenvolvidas, ultrapassando o ápice do abdome,superfície dorsal do abdome sem modificação tergal,placa supra-anal mais transversa e a presença dedois estilos pequenos e arredondados levemente maislongos que largos na placa subgenital do macho.O autor assinalou a presença de setores discoidaisoblíquos na tégmina, o que lhe dava afinidade comCeratinoptera Brunner, 1865, diferenciando-o pelaconfiguração dos cercos na placa supra-anal, pelapresença de arólios e pela disposição dos espinhosna margem ântero-ventral dos fêmures.GURNEY (1937) também relacionou-o a Aglaopteryx,embora assinalando ser a aparência geral diferente,admitiu ser muito difícil separá-los em uma chave.Comentou que um caráter comum aos dois gênerosé o de possuir pulvilos somente no 4º segmentotarsal, mas frisou que este caráter deve serinterpretado com cuidado na separação dos gêneros,de outros que apresentam o mesmo caráter, e quesão considerados similares, porque os ápicesventrais dos três segmentos tarsais em espécimenssecos, algumas vezes aparecem brancosassemelhando-se muito a pequenos pulvilos.O gênero Euthlastoblatta foi durante muito temporegistrado somente na América do Norte esimilarizado por PRINCIS (1965) a Aglaopteryx.GUTIÉRREZ (1999) assinalou a presença dogênero em Porto Rico.GUTIÉRREZ & PEREZ-GELABERT (2000)assinalaram a presença do gênero em Hispaniola(Cuba e República Dominicana), sem fazerconsiderações taxonômicas.Neste trabalho descreve-se uma espécie nova paraEuthlastoblatta, com ilustrações da genitália domacho; é feito o registro, pela primeira vez, dogênero no Brasil, e com base na morfologia geral ecaracteres genitais, é revalidado, sendo diferenciadode Aglaopteryx por uma chave sucinta.MATERIAL E MÉTODOSOs espécimes são provenientes do Brasil, Estado doRio de Janeiro, e foram analisados morfologicamente264                                        S.M.LOPES & E.H.OLIVEIRAArq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.63, n.2, p.263-266, abr./jun.2005de acordo com as técnicas utilizadas e descritasem LOPES & OLIVEIRA (2000) e encontram-sedepositados na coleção do Setor de Blattariado Departamento de Entomologia do MuseuNacional, Universidade Federal do Rio deJaneiro (MNRJ).A designação das peças genitais foi baseada nosconceitos propostos por McKITTRICK (1964).RESULTADOSEuthlastoblatta beckeri sp.nov.(Figs.1-7)Coloração geral – Castanho-claro brilhoso; castanho-escuro nos desenhos irregulares do pronoto (Fig.2);cabeça com nuances irregulares escuras entre asbases das antenas, na fronte,  pontos arredondadosno clípeo, no espaço interocular (Fig.1),  nas pernas,na base da inserção dos espinhos,  no ápice dorsaldos artículos tarsais e nas extremidades das unhas.Olhos negros com detalhes dourados; palposmaxilares castanhos com tomentosidade dourada.Tégmina com mancha longitudinal irregularcastanha, cobrindo parte dos campos escapular,discoidal e anal, não atingindo o ápice.Dimensões (mm), holótipo  – Comprimento total:17,0; comprimento do pronoto: 4,5; comprimentoda tégmina: 14,5; largura do pronoto: 6,5; largurada tégmina: 5,5.Tamanho grande para o gênero, aspecto geral ovale alargado.Cabeça. Triangular, vértice exposto, olhosdesenvolvidos, espaço interocular pouco amplo,medindo cerca de um terço da área que separa asbases das inserções antenais (Fig.1); antenaslongas e filiformes ultrapassando o ápice doscercos. Palpos maxilares desenvolvidos, terceiro,quarto e quinto artículos subiguais em tamanho,sendo o apical dilatado e bastante tomentoso.Pronoto curto, transverso, subtrapezoidal comápice e base retos, com abas laterais amplas earredondadas (Fig.2).Tórax. Tégminas longas e alargadas, campomarginal bem marcado, levemente côncavo; campoescapular amplo e alongado; campo discoidaloblíquo. Pernas desenvolvidas e alongadas. Fêmuranterior (tipo A) com a margem ântero-ventralapresentando espinhos fortes, maiores próximo àbase, descrescendo gradativamente em tamanhoem direção ao ápice, com o último da série maior emais dois apicais, o penúltimo grande o últimomaior que o anterior; face póstero-ventral comespinhos esparsos e finos  apresentando no terçopré-apical três espinhos fortes e espaçadosseguidos de um apical pouco maior que osanteriores. Pulvilo desenvolvido no quarto artículo,arólios presentes porém pouco desenvolvidos;unhas longas, simétricas e simples.Abdome. Sem modificação dorsal. Placa supra-analcom reentrância central pouco acentuada; cercosalargados e desenvolvidos (Fig.3). Placa subgenitalalargada medianamente, estreitando-se para oápice, com estilos curtos e distintos (Fig.4).Falômero direito (R2) em forma de gancho poucodesenvolvido (Fig.6); falômero esquerdo (L1) comdois prolongamentos assimétricos e uma regiãocentral elipsóide mais esclerotinizada (Fig.5).Esclerito mediano (L2vm) com ápice em forma defoice bem definida (L2d) (Fig.7).Material examinado, holótipo  – BRASIL - RIODE JANEIRO: Tijuca, III/1973, sem dados decoletor; parátipo , sopé da Pedra da Gávea, 04/XI/1962, Johann Becker col.; parátipo  Itatiaia,Parque Nacional, Lago Azul, 17/X/1962, JohannBecker col. (MNRJ).Etimologia – O nome da espécie é dado emhomenagem póstuma ao pesquisadorentomologista e amigo Prof. Johann Becker, doDepartamento de Entomologia no MuseuNacional.Comentário – A espécie caracteriza-se e diferencia-se da espécie descrita E. abortiva (Caudell, 1904)pela coloração geral e configuração da placasubgenital e genitália.Chave para diferenciação entre os gêneros Euthlastoblatta e Aglaopteryx1. Pronoto apresentando coloração com fundo branco e mancha de forma irregular castanho-escuro.Tégmina pouco desenvolvida. Pernas com fêmur I na margem anterior com espinhos poucovisíveis ............................................................................................................................. Aglaopteryx1’. Pronoto apresentando coloração essencialmente castanho-escuro. Tégmina muito desenvolvidaultrapassando o ápice dos cercos. Pernas com fêmur I na margem anterior com espinhos facilmenteobservados ................................................................................................................ Euthlastoblatta           UMA NOVA ESPÉCIE DO GÊNERO  EUTHLASTOBLATTA  HEBARD E CONSIDERAÇÕES TAXONÔMICAS SOBRE O GÊNERO           265Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.63, n.2, p.263-266, abr./jun.2005AGRADECIMENTOÀ Dra. Janira Martins Costa (Museu Nacional, Riode Janeiro - Departamento de Entomologia), peloapoio técnico.REFERÊNCIASGURNEY, A.B., 1937. Studies in certain genera of AmericanBlattidae (Orthoptera). Proceedings of the EntomologicalSociety of Washington, Washington, 39(5):101-112.Euthlastoblatta beckeri sp.nov., holótipo : fig.1- cabeça, vista ventral; fig.2- pronoto, vista dorsal; fig.3- placa supra-anal,vista dorsal; fig.4- placa subgenital, vista ventral; fig.5- falômero esquerdo (L1);  fig.6- falômero direito (R2), vista dorsal;fig.7- esclerito mediano (L2vm), vista dorsal.1 23 45670,5mm1mm0,5mm0,5mm0,2mm0,5mm1mm266                                        S.M.LOPES & E.H.OLIVEIRAArq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.63, n.2, p.263-266, abr./jun.2005GUTIERREZ, E., 1999. Estado actual del conocimientode las cucarachas (Dictyoptera: Blattaria) de PuertoRico. Cocuyo, Habana, 9:9-13.GUTIERREZ, E. & PEREZ-GELABERT, D.E., 2000.Annotated checklist of Hispaniola cockroaches.Transactions of the American EntomologicalSociety, Philadelphia, 126(3-4):423-445.HEBARD, M., 1917. The Blattidae of North América, northof the Mexican boundary. Memoirs of the AmericanEntomological Society, Philadelphia, 2:1-284.LOPES, S.M. & OLIVEIRA, E.H., 2000. Espécie nova deBlaberus Serville, 1831 do Estado de São Paulo, Brasil(Blaberidae, Blaberinae). Boletim do Museu Nacional,Nova Série, Zoologia, Rio de Janeiro (415):1-4, 6 figs.McKITTRICK, F.A., 1964. Evolutionary studies ofcockroaches. Memoir Cornell UniversityAgricultural Experiment Station New York StateCollege of Agriculture, Ithaca, 389:1-197.PRINCIS, K., 1965. Kleine Beiträge zur Kenntnis derBlattarien und Ihrer Verbreitung, VIII (Orthoptera).Eos, Revista Española de Entomologia, Madri,61(1):1-156.

Uma Nova Espécie do Gênero Euthlastoblatta Hebard e Considerações Taxonômicas Sobre o Gênero (Blattaria, Blattellidae)

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Uma Nova Espécie do Gênero Euthlastoblatta Hebard e Considerações Taxonômicas Sobre o Gênero (Blattaria, Blattellidae)

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