Two new species of Poeciloderrhis (Stål, 1874), Poeciloderrhis boraceiana sp.nov. e Poeciloderrhis paulistensis sp.nov., are described from São Paulo State, Brazil, and pieces of the genitalia are illustrated in order to distinguish them.Duas espécies novas de Poeciloderrhis (Stål, 1874), Poeciloderrhis boraceiana sp.nov. e Poeciloderrhis paulistensis sp.nov., oriundas do Estado de São Paulo, Brasil, são descritas, e as peças da genitália são ilustradas para diferenciá-las

Lopes, Sonia Maria

Oliveira, Edivar Heeren de

Portuguese

Portal de Periódicos da UFRJ

1 Submetido em 14 de abril de 2004. Aceito em 21 de agosto de 2006.2 Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Entomologia. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.64, n.3, p.223-226, jul./set.2006ISSN 0365-4508DUAS ESPÉCIES NOVAS DE POECILODERRHIS (STÅL, 1874) (BLATTARIA,BLABERIDAE, POECILODERRHINI) DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL 1(Com 16 figuras)SONIA MARIA LOPES 2EDIVAR HEEREN DE OLIVEIRA 2RESUMO: Duas espécies novas de Poeciloderrhis (Stål, 1874), Poeciloderrhis  boraceiana sp.nov. e Poeciloderrhispaulistensis sp.nov., oriundas do Estado de São Paulo, Brasil, são descritas, e as peças da genitália sãoilustradas para diferenciá-las.Palavras-chave: Blattaria. Blaberidae. Poeciloderrhis. Taxonomia.ABSTRACT: Two new species of Poeciloderrhis (Stål, 1874) from São Paulo State, Brazil (Blattaria, Blaberidae,Poeciloderrhini).Two new species of Poeciloderrhis (Stål, 1874), Poeciloderrhis  boraceiana sp.nov. e Poeciloderrhis  paulistensissp.nov., are described from São Paulo State, Brazil, and pieces of the genitalia are illustrated in order todistinguish them.Key words: Blattaria. Blaberidae. Poeciloderrhis. Taxonomy.INTRODUÇÃOROTH (1970) diferenciou as espécies de Poeciloderrhis(Stål, 1874) das espécies de Epilampra Burmeister,1838, com base na presença ou não de glândulastergais nos primeiro e segundo segmentos doabdome do macho e com base em caracteresmorfológicos dessas glândulas e da genitália,apresentou uma chave para a separação dasespécies do gênero, sinonimizou Audreia Shelford,1910 a Poeciloderrhis, com base nos caracterescitados anteriormente e na configuração da placasubgenital do macho, e criou a tribo Poeciloderrhini.O gênero Poeciloderrhis conta atualmente com 13espécies distribuídas na Argentina e no Brasil, emestados das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.Neste trabalho descrevem-se duas espécies para oEstado de São Paulo, tendo sido P. boraceianasp.nov. coletada em ambiente de tronco apodrecido.MATERIAL E MÉTODOSAs genitálias dos espécimes foram deixadas demolho por 24 horas, em solução de hidróxido depotássio a 10%, a frio, e posteriormente lavadaspara retirar o excesso da solução e desidratadasem vários álcoois, finalizando em xilol. As peçasforam montadas em lâminas de microscopia paraobservação. Após, o material foi acondicionado em“microvials” com glicerina e afixado junto aomaterial-tipo depositado na coleção do MuseuNacional, técnica desenvolvida por GURNEY et al.(1964). A terminologia adotada para genitália foibaseada em MCKITTRICK (1964).Poeciloderrhis  boraceiana sp.nov.(Figs.1-8)Coloração geral – Castanho-ferruginosa brilhosa.Pronoto com pontuações e algumas pequenasmanchas arredondadas castanho-escuras,espalhadas por toda a superfície, área central dopronoto trapezoidal de coloração leitosa com maiorconcentração de manchas arredondadas (Fig.2).Cabeça castanha com vértice, fronte e genas maisclaros, apresentando olhos, espaço interocular,ápice do clípeo, labrum e o último segmento dopalpo maxilar castanho-escuros (Fig.1). Tégminacastanho-clara brilhosa, com pequenas manchascastanho-escuras espalhadas pela superfície, basedo tronco principal das nervuras castanho-escura.Pernas castanhas com contorno das coxas, basesdos espinhos, ápice dorsal dos arólios e tíbias,castanho-escuros. Abdome da fêmea totalmentecastanho-escuro e o do macho com entorno lateral,tanto dorsal quanto ventral, castanho-claro.224                                        S.M.LOPES & E.H.OLIVEIRAArq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.64, n.3, p.223-226, jul./set.2006Dimensões (mm), holótipo  – Comprimentototal: 21,0; comprimento do pronoto: 6,5;comprimento da tégmina: 10,0; largura dopronoto: 9,0; largura da tégmina: 6,0.Cabeça – Pequena, triangular com vérticearredondado, encoberta pelo pronoto; espaçointerocular amplo, igual em tamanho à área quesepara as bases de inserções antenais. Antenaslongas e ciliadas, não atingindo a extremidadedo abdome. Olhos pequenos, posicionadoslátero-anteriormente. Palpo maxilar comprimeiro, segundo e quarto segmentos menoresque o terceiro; quinto segmento dilatado, maiore mais tomentoso que os anteriores.Tórax – Pronoto triangular de ápice curvo e baseangular; abas laterais com convexidadeacentuada e entorno levemente arredondado;área central com desenho trapezoidal, com osvértices arredondados. Pernas desenvolvidas;face ântero-ventral do fêmur I com seis espinhosfortes até a região mediana, seguidos de umasérie de dezesseis minúsculos espinhos emdireção ao ápice, mais dois espinhos apicaisfortes; face póstero-ventral com um espinhopequeno na região pré-mediana, dois espinhosfortes na região mediano-apical, mais umespinho apical forte. Pulvilos desenvolvidos epresentes nos quatro artículos tarsais; aróliosgrandes atingindo a metade do comprimento dasunhas, que são simétricas e especializadas,apresentando ventralmente uma série depequeninos dentículos. Fêmures II e III comespinhos grandes e espaçados, semelhantes nasfaces ântero e póstero-ventrais. Tégmina curta,atingindo a metade do comprimento do abdome,alargada e quadrangular; campo marginalamplo; campo escapular curto; campo discoidalcurto e alargado e campo anal amplo,aproximadamente igual à medida da área do campoescapular. Asas membranosas.Abdome – Modificação tergal presente nos primeiroe segundo segmentos, porém pouco perceptível.Placa supra-anal pequena e arredondada compequena reentrância na região mediana e cercosafilados e curtos (Fig.3). Placa subgenital e estilosassimétricos; estilo esquerdo muito afilado medindomais que o dobro do direito (Fig.4). Escleritomediano em forma espatulada apicalmente comonas figuras 5 e 6.  Falômero direito em forma degancho apicalmente com um espinho e com o corpoapresentando espinhos concentrados médio-basalmente e em fileiras subapicais (Fig.7).Falômero esquerdo reduzido com esclerotinizaçãomediana (Fig.8).Dimensões (mm), parátipos  – Comprimento total:22,0 a 25,0; comprimento do pronoto: 6,0 a 7,0;comprimento da tégmina: 8,0 a 10,0; largura dopronoto: 8,0 a 9,0; largura da tégmina: 5,0 a 6,0.Difere do macho por ser maior em comprimentototal e por caracteres morfológicos genitais.Poeciloderrhis boraceiana sp.nov., holótipo : fig.1- cabeça,vista ventral; fig.2- pronoto, vista dorsal; fig.3- placa supra-anal, vista dorsal; fig.4- placa subgenital, vista ventral; fig.5-esclerito mediano e ápice, vista dorsal; fig.6- detalhe doesclerito mediano; fig.7- falômero direito, vista dorsal; fig.8-falômero esquerdo, vista dorsal.                                        DUAS ESPÉCIES NOVAS DE POECILODERRHIS  DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL                                     225Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.64, n.3, p.223-226, jul./set.2006Material examinado – Holótipo , BRASIL, SÃOPAULO, Salesópolis, Boracéia, 07/12/1970,A.L.Castro col.; 4 parátipos  – mesmos dados doholótipo, MNRJ.Etimologia – O nome da espécie é alusivo àlocalidade de coleta.Diagnose – Difere de todas as demais do grupo pelaconfiguração do esclerito mediano e a intensaespinhação médio-basal do falômero direito.Poeciloderrhis  paulistensis sp.nov(Figs.9-16)Coloração geral – Castanho-clara brilhosa.Pronoto com mancha central trapezoidalcastanho mais escuro (Fig.10). Cabeça comvértice, espaço interocular, uma faixa largalongitudinal, que se estende da fronte até oclípeo, castanho-escuros (Fig.9); palposmaxilares com artículo apical castanho-escurocoberto com pequeninos cílios dourados. Olhosnegros. Tronco inicial de todas as nervuras dastégminas e ápice das unhas e dos arólios naspernas castanho-escuros. Pernas castanhas,o primeiro par apresentando as coxas maisclaras em relação aos demais; espinhos e basedos espinhos nas pernas e pulvilos amareloesbranquiçados. Abdome castanho comesternitos e o tergito respectivo à área damodificação tergal mais escuro, sendo osápices laterais dos tergitos mais claros.Dimensões (mm), holótipo  – Comprimentototal: 25,0; comprimento do pronoto: 6,5;comprimento da tégmina: 20,0; largura dopronoto 8.0; largura da tégmina: 6,5.Cabeça – Pequena, triangular com ângulosarredondados, vértice levemente exposto;espaço interocular amplo, igual em tamanhoà área que separa as bases das inserçõesantenais. Antenas longas, filiformes etomentosas. Olhos relativamente pequenosposicionados látero-anteriormente; peçasmaxilares desenvolvidas sendo o primeiro esegundo artículos muito reduzidos, terceiroartículo maior que o quarto, quinto artículopouco mais dilatado e bastante tomentoso.Tórax – Pronoto amplo, triangular, convexo, comentornos curvos, apresentando base angular compequena projeção mediana; área central do pronotocom desenho trapezoidal, cuja base do trapézioapresenta-se dirigido para o ápice do pronoto. Pernasdesenvolvidas, fêmur I com a face ântero-ventralapresentando cinco espinhos fortes até a regiãomediana, seguidos por uma série de pequeninosespinhos em direção ao ápice, onde são encontradosdois espinhos fortes apicais; face póstero-ventral comtrês espinhos fortes, sendo um desses apical; fêmuresII e III apresentando espinhos fortes e espaçados emambas as faces ventrais. Pulvilos presentes nosquatro artículos tarsais, unhas simétricas ePoeciloderrhis paulistensis sp.nov., holótipo : fig.9- cabeça,vista ventral; fig.10- pronoto, vista dorsal; fig.11- placasupra-anal, vista dorsal; fig.12- placa subgenital, vistaventral; fig.13- esclerito mediano, vista dorsal; fig.14-detalhe do ápice do esclerito mediano; fig.15- falômerodireito, vista dorsal; fig.16- falômero esquerdo, vista dorsal.226                                        S.M.LOPES & E.H.OLIVEIRAArq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.64, n.3, p.223-226, jul./set.2006especializadas; arólios desenvolvidos. Tégminasdesenvolvidas, ultrapassando em comprimento oápice do abdome. Campo marginal amplo, levementecôncavo; campo discoidal convexo e curvo no ápice,campo anal convexo e bem marcado.Abdome – Modificação tergal presente nos primeiroe segundo segmentos, porém pouco perceptível.Placa supra-anal arredondada com reentrânciamediana sutil pouco visível, cercos curtos poucoalargados (Fig.11). Placa subgenital assimétrica,tendo sido observado um estilo esquerdodesenvolvido e arredondado (Fig.12). Escleritomediano alongado apicalmente em forma dechama (Figs.13-14). Falômero direito apicalmentecom um espinho forte esclerotinizado e pequenosespinhos médio-basais no corpo da estrutura(Fig.15). Falômero esquerdo reduzido comestrutura mediana esclerotinizada (Fig.16).Material examinado – Holótipo , BRASIL, SÃOPAULO, São José do Barreiro, Serra da Bocaina,1.500mts altitude, Núcleo Senador Vergueiro, I/1956,A.L.Castro col., nº 470; parátipo , mesmos dadosdo holótipo, nº 464; parátipo , mesmos dados doholótipo, nº 467; parátipo , mesmos dados doholótipo, nº 473 (MNRJ).Etimologia – O nome da espécie é alusivo àlocalidade de coleta do holótipo.Diagnose – A espécie difere das demais espécies dogênero em relação às estruturas genitais eapresenta similaridade com P. ferruginea (Brunner,1865) em relação ao falômero direito.REFERÊNCIASGURNEY, A.B.; KRAMER, J.P. & STEYSKAL, G.C., 1964.Some techniques for the preparation, study and storagein microvials of insect genitalia. Annals of  theEntomological Society of America, 57(2):240-242.MCKITTRICK, F.A., 1964. Evolutionary studies ofcockroaches. Cornell Experiment Station Memoir,389:1-197.ROTH, L.M., 1970. The male genitalia of Blattaria. II.Poeciloderrhis spp. (Blaberidae: Epilamprinae). Psyche,77(1):104-119.

Duas Espécies Novas de Poeciloderrhis (Stål, 1874) (Blattaria, Blaberidae, Poeciloderrhini) do Estado de São Paulo, Brasil

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Duas Espécies Novas de Poeciloderrhis (Stål, 1874) (Blattaria, Blaberidae, Poeciloderrhini) do Estado de São Paulo, Brasil

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