Este trabalho tenciona desenvolver um estudo comparativo entre a poesia contemporânea brasileira e portuguesa. Para atingir tal objetivo, serão observadas as estratégias verbais e visuais empregadas pelos poetas Afonso Henriques Neto (Brasil) e Manuel Gusmão (Portugal) na escrita e na reinvenção da imagem do mar, assim como a invocação de outras vozes que a escreveram em diferentes momentos histórico-culturais. Ao visitarem “praias temporais” diversas, esses poetas constroem grafias cronotópicas, em que as referências ao mar sugerem vestígios mnemônicos da paisagem e do sujeito poético. Desse modo, o processo de escrever o mar propõe a diluição de fronteiras espaço-temporais e intersubjetivas, abrindo-se para encontros, tensões, descobertas, mudanças e outras possibilidades imprevistas de sentido