Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP
Abstract
Antecedentes: As doenças mentais comuns, designadamente as patologias depressivas
e ansiosas, constituem as principais causas de doença mental. Estimativas de 2019 do
Global Burden of Diseases indicam que Portugal é um dos países da União Europeia com
maior prevalência destas patologias. Os dados do último estudo nacional de prevalência
em doenças mentais comuns datam de 2009.
Objetivo: O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de doenças mentais comuns,
ao nível regional e nacional, globalmente e de acordo com fatores sociodemográficos,
na população residente em Portugal em 2015.
Métodos: Realizámos um estudo transversal descritivo, de base populacional,
representativo ao nível regional e nacional. Analisámos dados do Inquérito Nacional de
Saúde com Exame Físico (2015), realizado numa amostra probabilística de 4911
indivíduos dos 25 aos 74 anos, através de entrevistas presenciais conduzidas por
profissionais de saúde. Estimámos a prevalência de patologias depressivas e ansiosas
(autorreporte de diagnóstico médico de depressão ou ansiedade crónica), por região de
saúde, sexo, grupo etário, escolaridade e ocupação profissional, e respetivos intervalos
de confiança a 95% (IC95%). As estimativas foram ponderadas para as diferentes
probabilidades de seleção e distribuição da população.
Resultados: A prevalência de patologias depressivas foi 9,7% (IC95%: 8,2-11,5) e de
patologias ansiosas 7,1% (IC95%: 5,7-8,8). As mulheres apresentaram prevalências de
patologias depressivas e ansiosas superiores relativamente aos homens (15,2% e 9,1%
vs 3,6% e 4,9%, respetivamente). Os indivíduos com ≥ 50 anos, escolaridade até ao 1º
ciclo do ensino básico e sem atividade profissional (não desempregados) foram os que
apresentaram prevalências superiores. As regiões com maior frequência destas
condições foram o Alentejo e o Algarve.
Conclusões: Os resultados deste estudo sugerem que entre 2009 e 2015 ocorreu um
aumento da prevalência de patologias depressivas (de 6,8% para 9,7%) e da prevalência
de patologias ansiosas (de 2,1% para 7,1%), em Portugalinfo:eu-repo/semantics/draf