Neste estudo, buscamos a construção de uma história da origem dos dois primeiros estádios de futebol na cidade de Montes Claros, localizada no interior do estado de Minas Gerais. Evidenciamos o contexto social que permeou a construção destes espaços para o futebol. Inspiramos nossas análises a partir das provocações e estudos de Gilmar Mascarenhas (2005; 2006; 2007; 2012; 2013), principalmente, relativos ao local de prática do futebol, o campo, e os significados para a sociedade. Para compreendermos o contexto em que se deu a inserção do futebol na sociedade montes-clarense e a construção dos primeiros espaços destinados à sua prática, utilizamos, como corpus documental, edições do jornal Gazeta do Norte, do período entre as décadas de 1930-1950. A Gazeta do Norte influenciou na escrita de uma história da construção dos dois estádios, ofereceu subsídios para o incremento de um novo equipamento na paisagem urbana, um espaço de valores simbólicos significativos para a construção da identidade do povo que o utilizou, e que também propiciou tensões entre a cultura tradicional e os novos hábitos modernos. Precisamos salientar que, apesar do objetivo principal da construção dos dois estádios ter sido proporcionar edificações modernas que atendessem à prática e ao desenvolvimento do futebol, como o campo adequado, arquibancadas, muros, cercas, etc., os estádios interferiram e também ajudaram a forjar “o homem moderno” no sertão norte-mineiro e, mais especificamente, na cidade de Montes Claros, a partir da promoção de um novo hábito de consumo do futebol
