Escolhemos porque pensamos, pensamos porque vemos, vemos
porque sem o mínimo de esforço se apresentam aos nossos olhos rostos
pesados, marcados, risos que demostram o “contentamento descontente”
de quem submergiu no reino dos (im)possíveis sonhos e acordou na rua a
“arrumar carros” ou na nossa porta a pedir dinheiro.
A escolha desta temática fez-se em primeiro lugar, porque tomou-se
um cenário que já não podemos ignorar, porque estes corpos deambulam
nas ruas e cantos da cidade, porque com eles convivemos e os seus olhos
“opacamente” sorriem para nós. É por isso que merecem o lugar nesta
investigação. Falamos de toxicodependentes, corpos que são pessoas,
pessoas cuja figura oscila no nosso imaginário entre a representação do
doente e do delinquente. É destes mesmos que nos ocuparemo