Sucção endotraqueal em recém-nascidos não vigorosos nascidos em líquido amniótico meconial : revisão sistemática e meta-análise

Abstract

Introdução: O líquido amniótico meconial é altamente associado a morbidade e mortalidade. O atendimento de sala de parto dos recém-nascidos expostos ao mecônio variou amplamente durante as últimas quatro décadas. Atualmente, a recomendação é não realizar aspiração rotineira da traqueia desses recém-nascidos, mesmo quando não vigorosos. No entanto, faltam evidências se há benefícios ou danos no manejo menos intervencionista desses neonatos. Objetivos: Avaliar o efeito da aspiração traqueal comparada com a não aspiração na morbidade e mortalidade de recém-nascidos com líquido amniótico meconial não vigorosos. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, com coleta de dados de desfechos clínicos de interesse – síndrome de aspiração do mecônio, mortalidade, escore Apgar no 5º minuto, admissão e tempo de internação em UTI neonatal – dos estudos selecionados, os quais foram submetidos a meta-análise. Resultados: Sete estudos (n=1.110 pacientes) preencheram os critérios de inclusão: 4 ensaios clínicos randomizados e 3 coortes. Não houve diferença entre aspiração traqueal e não aspiração para todos os desfechos estudados: mortalidade (RR 1,21; 95% CI 0,67 a 4,05; I² = 17%, estudos = 4; participantes = 581), síndrome de aspiração do mecônio (RR 0,82; 95% CI 0,56 a 1,21; I² = 67%, estudos = 6; participantes = 881), escore Apgar no 5º minuto (RR 0,99; 95% CI 0,81 a 1,21; I² = 0%, estudos = 6; participantes = 881), internação em UTI neonatal (RR 1,05; 95% CI 0,38 a 2,91; I² = 95%, estudos = 3; participantes = 529) e tempo de internação em UTI neonatal (MD -4,18; 95% CI -20,82 a 12,46; I² = 58%, estudos = 6; participantes = 719). Conclusões: A evidência atualmente disponível não apoia nem refuta os benefícios da sucção traqueal de rotina em comparação com a ausência de sucção em neonatos não vigorosos nascidos por meio de líquido amniótico meconial. Considerando o princípio de prevenção de danos, até que mais evidências estejam disponíveis, a sucção traqueal de rotina de recém nascidos não vigorosos com mecônio deve ser abandonada.Introduction Meconium-stained amniotic fluid is highly associated with morbidity and mortality. Delivery room management of meconium-stained babies has varied widely for four decades. Current recommendation regards to not suctioning their trachea routinely, even when not vigorous. However, lacks evidence whether there is any benefit or harm in a less interventionist management of these neonates. Objectives: To evaluate the effect of endotracheal suction compared to no suction on mortality and morbidity in nonvigorous meconium-stained neonates. Methods: We performed a systematic review and extracted data regarding clinical outcomes – meconium aspiration syndrome, mortality, 5-minute Apgar score, NICU admission and length of stay – from the selected studies, followed by subsequent meta-analysis. Results: Seven studies (n=1.110 patients) met the inclusion criteria for the study: 4 randomized controlled trials and 3 cohorts. Overall, there was no difference between endotracheal suction and no suction for all reported outcomes: mortality (RR 1.21; 95% CI 0.67 to 4.05; I² = 17%, studies = 4; participants = 581), meconium aspiration syndrome (RR 0.82; 95% CI 0.56 to 1.21; I² = 67%, studies = 6; participants = 881), 5-minute Apgar score (RR 0.99; 95% CI 0.81 to 1.21; I² = 0%, studies = 6; participants = 881), NICU admissions (RR 1.05; 95% CI 0.38 to 2.91; I² = 95%, studies = 3; participants = 529) and NICU length of stay (SMD -4.18; 95% CI -20.82 to 12.46; I² = 58%, studies = 6; participants = 719). Conclusions: The currently available evidence does not support nor refute the benefits of routine tracheal suction over no suction in nonvigorous meconium-stained neonates. Considering the principle of harm prevention, until more evidence is available, routine tracheal suction of non-vigorous neonates with meconium should be abandoned

    Similar works