A sequenciação de nova geração como uma abordagem promissora para a identificação da origem entomológica do mel

Abstract

O mel é um alimento muito consumido e apreciado em todo o mundo pelas suas propriedades nutricionais e organoléticas, bem como pelos seus efeitos benéficos para a saúde. No entanto, é também considerado um dos alimentos mais suscetíveis de ser adulterado, quer pela mistura de mel de qualidade inferior, quer pela adição de açúcares, ou pela rotulagem incorreta da origem botânica e/ou geográfica, entre outras possíveis fraudes. Nos últimos anos, tem sido dada uma atenção crescente à origem entomológica do mel, uma vez que esta também está relacionada com a origem geográfica. No âmbito do projeto PRIMA “MEDIBEES” (https://medibees.org/), a sequenciação de nova geração (NGS) será utilizada com vista ao desenvolvimento de ferramentas moleculares que permitam identificar a origem entomológica de amostras de mel provenientes dos 8 países mediterrânicos do consórcio, de forma a diferenciar e valorizar méis produzidos por abelhas autóctones destes países. Com este objetivo, inicialmente procedeu-se à construção da base de dados das sequências de DNA mitocondrial das abelhas de modo a incluir 10 subespécies mediterrânicas das 4 linhagens maternas (A, M, C e O). Para tal, procedeu-se à extração de DNA e à respetiva sequenciação dos genomas completos, na plataforma Illumina Novaseq 6000, de um total de 1095 abelhas destes países. Posteriormente, utilizou-se o programa mitoZ 3.6 para fazer a montagem do genoma mitocondrial de cada uma das amostras, resultando na seleção de 283 sequências mitocondriais com boa montagem. Em seguida, foi utilizado o software MEGA 11, para realizar o alinhamento destas sequências. A informação obtida será posteriormente utilizada para a seleção de regiões com variantes (SNPs) informativos que possam ser usadas para o desenho de primers adequados e desenvolvimento de ferramentas para a identificação de méis produzidos por abelhas de diferentes linhagens mitocondriais e respetivas subespécies.Financiado pelos projetos “PRIMA, MEDIBEES: Monitoring the Mediterranean honeybee subspecies and their resilience to climate change for the improvement of sustainable agro-ecosystems.”. Os autores agradecem também à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT, Portugal) pelo apoio financeiro através dos fundos nacionais FCT/MCTES (PIDDAC) ao CIMO (UIDB/00690/2020 e UIDP/00690/2020) e à SusTEC (LA/P/0007/2020), M. Honrado e Carlos Garcia agradecem a bolsa de doutoramento financiada pela FCT (2021.08119.BD e 2021.06948.BD, respetivamente)info:eu-repo/semantics/publishedVersio

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